quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

117 – O PRESIDENTE MARECHAL ANTERO JOSÉ FERREIRA DE BRITO DA PROVÍNCIA DE SANTA CATARINA APÓS A REVOLUÇÃO FARROUPILHA


117 – O PRESIDENTE MARECHAL ANTERO JOSÉ FERREIRA DE BRITO DA PROVÍNCIA DE SANTA CATARINA APÓS A REVOLUÇÃO FARROUPILHA




O Presidente General Francisco José de Sousa Soares de Andréa passou a Presidência da Província de Santa Catarina ao Presidente Marechal Antero José Ferreira de Brito o qual havia sido Presidente da Província do Rio Grande do Sul. Foi preso por Bento Manoel Ribeiro. Na Província de Santa Catarina, já livre das Tropas Revolucionárias Farroupilhas, e com a referida Revolução totalmente desacreditada em seu núcleo mais importante, coube-lhe reorganizar a Vila de Nossa Senhora do Desterro e reparar os estragos deixados pela Revolução, como a maldade cometida na Freguesia de Imaruí.


Presidente General Francisco José de Sousa Soares de Andréa

Alguns dias após tomar posse, iniciou o Segundo Reinado, com a Declaração da Maioridade de D. Pedro II aos 23 de julho.



Maioridade de D. Pedro II

No decorrer de seu governo que perdurou até o ano de 1848, foram fundados núcleos coloniais como o Saí, Piedade, Santa Isabel, e a primeira colônia fundada em Santa Catarina elevou-se à categoria de Freguesia como São Pedro de Alcântara e Camboriú também foram elevadas a categoria de freguesia. As Caldas de Cubatão, no Município de São José, passaram por melhoramentos. No ano de 1846 a Capital e seus arredores foram visitados pelo Imperador Pedro II e D. Tereza Cristina, ocorrendo grandes festividades e manifestações em honra aos monarcas com grande júbilo.



Imperador Pedro II

 No ano de 1847 pela primeira vez, a Província estruturou seus elementos políticos em dois Partidos Políticos, disputando assim as eleições à Deputado pela Província. Neste mesmo ano Santo Antônio da Laguna e São Francisco  recebem o foro de Cidade.


Presidente Marechal Antero José Ferreira de Brito


O Presidente Marechal Antero José Ferreira de Brito foi o primeiro Presidente que protestou junto ao Governo da Província de São Paulo contra a invasão do território de Palmas, situado dentro dos limites da Província de Santa Catarina.


  • No ano de 1840 a Província contava com cerca de 66.018 habitantes, destes 12.511 eram escravos. 
  • No ano de 1841 67.218 habitantes e destes 12.580 eram escravos. 
  • No ano de 1844 esse número já ascendia para 72.814 habitantes, destes o total de 14.382 eram escravos.

A Ilha de Santa Catarina além de sua sede contava com 5 Freguesias; a Freguesia de Laguna, Freguesia de Imaruí, Freguesia de Vila Nova, Freguesia de Tubarão, Freguesia de Araranguá; São José com a Freguesia da Enseada de Brito e a Enseada de São Pedro; São Miguel com a Freguesia de Tijucas; Porto Belo com a Freguesia de Itajaí; São Francisco com a Freguesia de Penha e a de Itapocoroi.


Freguesia de Imaruí

Ao todo haviam 02 Comarcas, 06 Municípios e 22 Freguesias.

Em dezembro do ano de 1848, o governo foi passado ao Terceiro Vice Presidente da Província, Dr. Severo Amorim do Vale, que era Juiz de Direito e Chefe de Polícia, até a posse de seu sucessor, Dr. Antônio Pereira Pinto, em março do ano de 1849.



 Autorizo a reprodução do acervo fotográfico com a citação do autor e fonte. Modelo Simple. Tecnologia do Blogger.

116 – OS PRESIDENTES DA PROVÍNCIA DE SANTA CATARINA APÓS A REVOLUÇÃO FARROUPILHA


116 – OS PRESIDENTES DA PROVÍNCIA DE SANTA CATARINA APÓS A REVOLUÇÃO FARROUPILHA

                Durante a Revolução Farroupilha, passaram pela Presidência da Província de Santa Catarina 03 militares:

        1.  Presidente João Carlos Pardal;
        2.  Presidente General Francisco José de Sousa                      Soares de Andréa;
        3.  Presidente Marechal Antero José Ferreira de Brito.

Presidente João Carlos Pardal -  Presidente General Francisco José de Sousa Soares de Andréa - Presidente Marechal Antero José Ferreira de Brito

O 1º e o 2º eram Lusitanos, Pardal foi acusado de ser autoritário, déspota, por isso tornou-se impopular durante os 02 anos incompletos em que esteve frente aos comandos do governo catarinense. Andréa também natural de Portugal, foi da mesma linha autoritária, assumiu a Presidência da Província de Santa Catarina aos 03 de agosto de 1839, poucos dias após a Proclamação da República Juliana,sendo indicado para Conjurar o Movimento Revolucionário em Santa Catarina, expulsando os Farrapos da Província de Santa Catarina e pondo um fim na República Juliana a qual a Freguesia de Imaruí não aderiu. Utilizou-se de uma diplomacia sem suspeitas, homem enérgico e temido por todos.

Presidente Marechal Antero José Ferreira de Brito

        Há registros de que ao desembarcar na Ilha de Santa Catarina, ao 1º  homem que viu à sua frente de imediato Du a 1ª ordem: “- Tire seu chapéu de imediato, eu sou o General Andréa, Presidente desta Província”. Por suas costas todos lhe tratavam por Tio Chico. Mais tarde uma quadrinha divulgada na Província de Santa Catarina dizia que ele havia feito do ladrão, fiel. Uma alusão ao que ele havia feito com o Coronel Xavier Neves, o qual havia sido eleito Presidente da República Juliana, o qual foi tomado como palaciano e feito Coronel da Guarda Nacional, pessoa da intimidade e confiança do Governador. Talvez a princípio uma situação um pouco constrangedora.

Presidente General Francisco José de Sousa Soares de Andréa

        Apesar de seu autoritarismo era um homem bom, bem humorado, em certas horas. Para um cidadão que lhe requereu um papel almaço simples de bordas felpudas, despachou: -“Faça a sua barba, depois volte”. Para um patrício que não queria tomar parte da luta, respondeu-lhe em versos: “_Você é português. Eu também sou. Vá para a guerra. Que eu também vou...”.

Presidente General Francisco José de Sousa Soares de Andréa

        No que diz respeito a ação militar o Presidente enviou escaramuças que desmoralizavam as Tropas Imperiais, ante a mobilidade dos revoltosos. Organizou as forças, quando atacou, em poucos dias pois fim ao que era a República Juliana, combinando a tática do ataque por terra e por mar, obrigando os Farroupilhas fugirem para a Serra, os últimos redutos, que não tardariam a cair.  O Presidente deixou o Governo da Capitania de Santa Catarina em julho de 1840, tornando-se Barão de Caçapava.

Presidente General Francisco José de Sousa Soares de Andréa

              O Presidente General Francisco José de Sousa Soares de Andréa ao passar seu governo entregou minucioso relatório ao seu sucessor. Mostrando-lhe como se encontravam os assuntos militares. A guarda militar, os comandos militares, o estado das fortalezas da Ilha de Santa Catarina, as necessidades de defesa da Vila de Santo Antônio da Laguna, da Vila de Nossa Senhora da Graças do Rio de são Francisco, do Hospital Militar, reduzido em um armazém no Forte de Santa Bárbara. Apontou a necessidade de faróis nas Ilhas da Graça, do Arvoredo. Da necessidade de estradas, sendo que havia iniciado uma que iria de Três Barras, no Termo de São Francisco, ao Sul da Província, a qual deveria ser guarnecida de postos militares, evitando que nelas os indígenas viessem a invadir.

Presidente João Carlos Pardal

               Referiu-se em suas recomendações às pontes, 02 construídas em São Francisco e 01 em Aririú, em São José, que era necessário reconstruir as de Biguaçú e a da Lagoa, as quais foram carregadas pelas águas da última enxurrada. Havia feito recentemente reparos nas estradas do Estreito ao São José, na Lages pelo Trombudo e determinado reconhecimento para a construção de outra no Itajaí à qual Lages ia ter à Lapa, na 5ª comarca de São Paulo.

Presidente General Francisco José de Sousa Soares de Andréa

        Vários Regulamentos haviam sido construídos, como era o caso dos Portos, o da Secretaria do Governo, o das Escolas da Província de Santa Catarina e o dos Matadouros Públicos.

 Presidente General Francisco José de Sousa Soares de Andréa

        Havia solicitado um Professor à ao Rio de Janeiro para que viesse dirigir a Escola Normal, que este fosse capaz de fazer-se formar professores, e calceteiros para calçar as ruas da Capital. E que havia comprado um terreno para o Cemitério da Capital e 50 lampiões a sua iluminação.


115 – O SEIVAL - A VIDA CATARINENSE COM A GUERRA DOS FARRAPOS


115 – O SEIVAL - A VIDA CATARINENSE COM A GUERRA DOS FARRAPOS



                A História está repleta de momentos incríveis. D epopeia de Ana de Jesus Ribeiro , a Anita Garibaldi  bem como de seu companheiro Giuseppe Garibaldi  ainda restam os traços marcantes deixados na constituição da soberania do povo catarinense, e em especial aos que vivem em Laguna e em Imaruí pois guardam eternizados em sua história páginas de tristezas, alegrias, lealdade, hospitalidade, lutas e bravuras. Das lembranças gloriosas ainda restam guardadas pelo tempo as ruínas do Seival.

Giuseppe Garibaldi e Anita Garibaldi


                O Lanchão Seival permaneceu sóbrio na Laguna assistindo as lutas dos bravos que buscavam atingir seus objetivos, seus sonhos de soberania, acreditando que poderiam construir uma Pátria sob seus ideais. Pouco a pouco o Seival foi sendo molhado durante as luta pelo sangue dos bravos que resistiam na Praia de Laguna.

Giuseppe Garibaldi e Anita Garibaldi

                O Lanchão Seival após a epopeia da República Juliana foi transformado em um Iate Mercante, o Garrafão. Com o passar dos anos o Lanchão foi ficando inutilizado, esquecido pela História a beira da praia. O povo lagunense não percebeu, e o Seival, agora Garrafão foi apodrecendo, despercebido, esquecido, uma relíquia de uma Guerra de  grande importância para a História. Ao passar dos anos lhe restou apenas a carcaça, o cavername, ate que de suas juntas misturadas a areia da praia, com o tempo, foi brotando uma figueira, foi crescendo e chamando a atenção dos que ali passavam. O povo de Laguna decidiu transpô-la para a Praça da Matriz, para o principal jardim da cidade. Em importante Cerimônia Cívica a plantaram, hoje ele é conhecida como a Árvore de Anita.

O Lanchão Seival de Garibaldi

                Enquanto isso os restos do Seival continuaram a apodrecer na praia, até que alguém, não se sabe o por quê, ateou-lhe fogo, pondo fim ao que dele restava.


114 – ANITA GARIBALDI A HEROÍNA DE DOIS MUNDOS - A VIDA CATARINENSE COM A GUERRA DOS FARRAPOS


114 – ANITA GARIBALDI A HEROÍNA DE DOIS MUNDOS - A VIDA CATARINENSE COM A GUERRA DOS FARRAPOS



                Durante o episódio da República Juliana, momento da epopeia Farroupilha, surge uma figura feminina a qual hoje faz parte das conhecidas Mulheres de Bronze, as mulheres que estão representadas na forma de esculturas pelas praças mundo a fora devido a seus atos que muitas vezes de grande bravura.

Giuseppe Garibaldi e Anita e Garibaldi


          Anita Garibaldi não somente na História do Brasil, mas também na História da Itália tornou-se reconhecida.Ana de Jesus Ribeiro, mais conhecida por Anita Garibaldi. Nasceu Ana de Jesus Ribeiro na localidade de Morrinhos, hoje Município de Tubarão, na época pertencente ao Termo da Vila de Santo Antônio dos Anjos da Laguna. Já adolescente transferiu- se juntamente com sua família para a Vila, onde se casou no mês de agosto do ano de 1835, com o Senhor Manuel Aguiar. Pouco depois ficou enamorada de Giuseppe Garibaldi, abandonando o lar onde vivia com seu esposo, unindo sua vida a vida do aventureiro italiano, o qual por ser mercenário de profissão, entregara a sua bravura à causa dos Revolucionários Republicanos Farroupilhas. Seguiu por toda a sua vida os ideais de liberdade que tanto almejava.


Ana de Jesus Ribeiro - Anita Garibaldi

          O fato ocorrido não causou grande escândalo na Vila de Santo Antônio dos Anjos da Laguna devido Ana de Jesus Ribeiro não pertencer as famílias da classe média. Ela era moca humilde, nunca havia frequentado as reuniões da sociedade local mais classificada. É certo de que tenha sido palco de comentários alheios, com certeza todos ficavam aterrorizados, pois na época havia muita moralidade por parte das pessoas. Tudo era pecado e proibido, havia sempre quem não tinha o que fazer, passava dias e dias falando da vida alheia. Os Revolucionários eram não apenas submetiam as pessoas aos maus tratos como também seduziam as moças humildes e inexperientes.

Símbolos da República Juliana

         Não se sabe ao certo, mas talvez não tenha sido isso que veio a ocorrer com Anita Garibaldi. De fato a moça apaixonou-se pelo Revolucionário italiano, um homem destemido, bravo, estrangeiros, bondoso, de boa conversa, a quem Anita sacrificou sua vida e reputação. Tudo indica que a paixão foi recíproca.  Anita como a chamava carinhosamente Garibaldi, passou a ser sua grande e fiel companheira, revelando sua bravura até mesmo nos combates ao acompanhar o marido. Foram duros os dias em que ela esteve a bordo, cercada de homens brutos, caudilhos e intranquilos. No convés das pequenas embarcações farroupilhas, combateu ao lado de Giuseppe Garibaldisem temor das artilharias, sem poupar-se ao perigo do sinistro.

Giuseppe Garibaldi e Anita e Garibaldi

          No Combate de Imbituba, Giuseppe Garibaldi, pediu a Anita que se protegesse no porão do Rio Pardo, assim ela estaria coberta das armas Imperiais, porém ela desceu não para se proteger, mas para trazer mais alguns homens que junto com ela auxiliaram Giuseppe Garibaldi na batalha lançando fogo contra o adversário. Na tarde do dia 15 de novembro de 1835, quando os últimos raios do sol iluminavam o entardecer na Cidade Juliana de Laguna, em uma frágil canoa, sob fogo das armas Imperiais, Anita esteve firme ao lado de Giuseppe Garibaldi sem exitar um só segundo, arriscava a vida no transporte do material bélico da esquadrilha farroupilha à terra firme.

Ana de Jesus Ribeiro - Anita Garibaldi

         Outro momento de bravura na vida de Anita foi à fuga para a Serra, quando no Combate de Santa Vitória socorre os feridos, e no de Curitibanos é presa.  Correndo o boato de que nessa luta Giuseppe Garibaldi havia morrido, ela em desespero andou pelo campo olhando os corpos dos mortos para certificar-se. Consegue fugir, atravessa o Canoas a nado, agarrando a crina do cavalo marcha para Vacaria, onde se reencontra com Garibaldi e com ele continua uma vida de lutas, de sofrimentos, de aventuras. Algum tempo dá luz a seu 1º filho, agarrando-o para protegê-lo, sob forte temporal, vão em fuga para o mato, em meio a um combate. Conseguem montarias, fugindo para Cruz Alta. Foram tantas proezas épicas que constatamos sua bravura. Após vários dias de incertezas, de fugas fatigantes e muita luta, sem o menor premio para seus sacrifícios e bravura, Giuseppe Garibaldi obtém, em São Gabriel, de Bento Gonçalves a dispensa das armas nas lutas pela República Farroupilha.

Giuseppe Garibaldi e Anita Garibaldi

          No dia 26 de março de 1842, Anita sem posse puderam chegar a Montevidéu, estava viúva do marido lagunense, casando-se com Giuseppe Garibaldi, legalizando sua situação. Os dias amargos ela suporta com dignidade. Anita Garibaldi trabalha e cuida dos filhos carinhosamente, enquanto a fome ronda seu lar e a miséria a persegue, mas o casal consegue suportar seus dias mais difíceis com amor e esperança.                 Depois de certo período em que Giuseppe Garibaldi trabalhou para Rosas, na Argentina, com sorte, Garibaldi decide enviar sua família à sua terra natal, a Itália. Ao chegar a Gênova  Anita Garibaldi foi recebida com aclamação, algum tempo depois José Garibaldi foi ao encontro da mulher que realmente amou.


Giuseppe Garibaldi

            Recomeçam as lutas, agora na Península Itálica, ao lado do esposo ela luta com a mesma bravura que havia demonstrado ter na América. Giuseppe Garibaldi  pediu refúgio na Suíça, separando-se de Anita que havia partido para Nice. Tempos mais tarde juntos novamente próximos à Roma, Giuseppe Garibaldi retrucou-lhe: “-Não Pense em mim nem nos filhos, pense na Pátria!” A sorte lhe é contrária. Novas fugas e desesperos, incertezas na hora de seguir viagem. Os austríacos perseguem de perto os fugitivos, finalmente conseguem chegar à República de San Marino, onde os austríacos impõe o exílio de Giuseppe Garibaldi. A meia noite do dia 1º para o 2º dia do mês de agosto, nova fuga, o objetivo era chegar à Veneza. Em Orvieto  Anita Garibaldi fica doente, a febre a mataria dias depois as 16 horas da tarde a heroína lagunense. Anita estava no 6º mês gestação.

A fuga de Giuseppe Garibaldi e Anita Garibaldi

          Os austríacos perseguem de perto os fugitivos, Anita ardia de febre, os remanescentes das tropas de Giuseppe Garibaldi embarcaram, mas foram surpreendidos pelos austríacos. Giuseppe Garibaldi manda a esposa desembarcar em Magnavaca, e alcança a praia, conduzindo a esposa e o Capitão Liggiero. Procuram uma cabana para protegê-los. Joaquim Bonet ofereceu-se para levá-los à casa de um amigo, de onde passaram à suíça. No 3º dia do mês de agosto, tornam a embarcar com destino à fazenda do Marquês de Guccioli, nas proximidades de Santo Alberto. 


Giuseppe Garibaldi

       Os austríacos publicam editais com penas severas aos que acudissem o casal de fugitivos. Os marinheiros fogem com Giuseppe Garibaldi Anita quase desfalecida desembarcam e conseguem alcançar a fazenda, onde o Dr. Nanini examina, as notícias não são boas. Anita tinha poucas horas de vida. Giuseppe Garibaldi soluça desolado. Giuseppe Garibaldi aceita nova fuga depois que os amigos lhe prometem que teria uma sepultura digna de uma heroína.

 República Juliana de Laguna

Não o fizeram, dias depois de um monumento suíço surgiu um braço de um cadáver, após ser examinado atestaram ser o de Anita Garibaldi a qual esperava mais um bebê herdeiro de Giuseppe Garibaldi. Seu corpo foi amarrado a uma corda pelo pescoço e arrastado até o local onde foi encontrado pelo temor do contágio. Não ocorreu cerimonial cristão, no cemitério das Mandriolas, em Ravena, Garibaldi e seus filhos foram buscar seus despojos, transportaram-nos para Nice onde foram incinerados.

Giuseppe Garibaldi
Suas cinzas ainda são encontradas em uma modesta urna na Igreja de Nossa Senhora de Magdalena. Seu nome recebeu o epíteto de Heroína de Dois Mundos, glorificado na Europa, pela bravura de seus feitos na Itália e no Brasil, onde seu nome figura com justiça, entre as mulheres de bronze por diversas cidades. Muitas ruas levam seu nome. Partiu desprezada do Brasil retornando em bronze.


Giuseppe Garibaldi e Anita Garibaldi


113 – O COMBATE DA LAGUNA E A QUEDA DA REPÚBLICA - A VIDA CATARINENSE COM A GUERRA DOS FARRAPOS


113 – O COMBATE DA LAGUNA E A QUEDA DA REPÚBLICA - A VIDA CATARINENSE COM A GUERRA DOS FARRAPOS



                Em Imbituba Mariath reuniu sua Esquadrilha, levantando sua bandeira na Eolo, enquanto o Coronel Fernandes Ferreira equipava as forças de terra em Vila Nova. Assim que tudo focara pronto, guarnições, munições, pólvora, canhões, iniciaram a investidura contra os Caudilhos Republicanos Farroupilhas que se encontravam na Cidade Juliana de Laguna.
Davi Canabarro

                Em Itapirubá, Davi Canabarro aguardava as Forças Imperiais com 1.200 homens. Na Barra da Laguna as pequenas unidades da Flotilha Garibaldina, o Itaparica, o Seival, o Rio Pardo e o Caçapava, defendiam a sua entrada, sob a proteção do pequeno Fortim da Barra.

Giuseppe Garibaldi

                A disputa foi travada. O combate foi terrível, não se esperava tanto fogo cruzado, foi horrível, foi mortal. Assim descreveu Giuseppe Garibaldi posteriormente em seus relatos. Anita foi pedir socorro a Davi Canabarro, este recusou-se.

Giuseppe Garibaldi - Davi Canabarro - Anita Garibaldi

John Griggs e José Henrique morreram bravamente nesta terrível carnificina.  Momentos de bravura, coragem foram demonstrados lado a lado. Davi Canabarro cede, Giuseppe Garibaldi e Anita iniciam o transporte de armas e munições de bordo para a terra em uma canoa frágil feita em guarapuvu utilizada por pescadores locais, enquanto isso os combates sucediam de modo violento. O pequeno Forte da Barra resiste, porém a impetuosidade dos Imperiais é grande.  Giuseppe Garibaldi lança fogo a Itaparica, quando esta ia ser tomada de abordagem, esta explode.

Anita Garibaldi

O combate durou por 03 horas, as 05 horas da tarde as tropas de Mariath entrava na Barra e fundeava no Magalhães, justamente no mesmo momento em que as forças de terra, no lado oposto da Vila, por ela faziam a estratégica entrada.

Vila de Santo Antônio dos Anjos da Laguna

Chegava ao fim o doloroso pesadelo dos habitantes da Vila de Santo Antônio dos Anjos da Laguna, era o dia 15 de novembro de 1839, marcando o fim da República Juliana. Dos Republicanos Farroupilhas as baixas foram mais de 100 combatentes, já no grupo dos Legais Imperialistas ocorreram 17 baixas e 38 homens foram feridos.

Giuseppe Garibaldi e Anita Garibaldi

Os remanescentes dos Revolucionários Farroupilhas fugiram pelas matas rumando a Lages. O Coronel Francisco da Cunha Xavier no dia 14 de dezembro foi derrotado por José Garibaldi e Teixeira Nunes no Passo da Santa Vitória. Sobre o Pelotas, morrendo bravamente em combate.

Bronzes de Giuseppe Garibaldi e Anita Garibaldi

As margens do Morombas, em janeiro, no Campo das Forquilhas, os Legais Imperialista, enviados pelo Coronel Antônio de Melo e Albuquerque, cobram a revanche e derrotam os Revolucionários Farroupilhas, caindo prisioneira neste combate, Anita Garibaldi, porém muito ardilosa, consegue fugir. Desse modo, após cometerem tantas atrocidades, a proeza dos caudilhos Revolucionários Farroupilhas termina na Província de Santa Catarina.