Prof. Dr. Rudney Marinho de Souza ( História e Geografia) - Nilce ( História)
1. Tema
Educação do
Campo
2. Certezas
·
O campo historicamente esteve desvinculado dos
processos de legislação que tratam da educação, hoje há um processo oriundo de
reivindicações populares;
·
Por ser o Brasil um país de colonização de
exploração, por isso não houve preocupação com a escolarização de escravos e
outros;
·
Na ditadura Militar o campo também ficou alheio
ao processo.
3.
Dúvidas
·
A legislação vinculada à educação criou normas
para a educação diferenciada ao campo, preservando seus valores?
·
A educação vigente garante ao homem do campo uma
universidade voltada aos seus valores, objetivos e necessidades?
·
A escola hoje trabalha com um ensino voltado a
agricultura familiar e a valorização da cultura local?
4. Justificativa
O modelo pedagógico urbano adotado no ensino rural trouxe a ideia
distorcida de que a educação no campo é uma ideia para se chegar à cidade.
5. Metodologia
Pesquisas
bibliográficas e on-line, criação de gráficos e tabelas, produção textual,
6. Desenvolvimento
Educação do Campo
O modelo pedagógico urbano
adotado no ensino rural trouxe a ideia distorcida de que a educação no campo é
uma ideia para se chegar à cidade.
A História da educação no Brasil
se inicia em 1934 com a primeira Inclusão Legislação. Os processos educativos
foram tardios pois o Brasil caracterizou-se por um processo de exploração.
Segundo Marx o capitalismo sobreviveu com a exploração da América Latina.
A princípio o pau-brasil, não
havia necessidade de mão de obra especializada, apenas explorar o indígena e
subsequente o escravo africano, processo que se alastra por 400 anos, até que
em 1934 surge algo que vem reivindicar medidas para a população rural, era a um
movimento internacional, a Escola Nova, que apesar da linha tradicional possuía
pontos progressistas, vem a reivindicar junto a Constituição Brasileira 20% dos
recursos para a Educação do Campo. Em 1937, vem a ser criada uma educação
profissionalizante agrícola para o meio rural, devido ao momento histórico ser
outro, não mais um momento de exploração, porém um período de República num
país de características rurais. E com isso a educação urbana também vem a ser
desenvolvida para o meio urbano industrial. Havia nessa época um certo
preconceito com a educação rural.
Em 1967 a legislação inclui u
certo compromisso das empresas agrícolas instaladas no campo, que ao
servirem-se da mão de obra rural deveriam oferecer um ensino técnico. Salto
evolutivo que se dá com a criação do SENAR – Serviço Nacional de Aprendizagem
Rural, que possuía o mesmo papel do SENAI. Na mesma época cada Estado institui
o favorecimento do ensino rural para implementar a reforma agrária. Propostas
feitas por uma elite e impostas no campo via do alto. Um discurso produzido na
Lei, que muitas vezes não era posto em pratica em sua totalidade de direitos.
Em 1996 com a LDB ocorrem
mudanças, ocorre a autonomia da educação do campo. O significado da educação do
meio rural ainda vem a refletir a respeito de um local sem possibilidades, é um
local de transição para a cidade. A elite sempre preocupou-se com a educação de
seus filho, nos centros urbanos, apenas retornavam para as fazendas nas férias
escolares. A escola rural nunca teve recursos, hoje lhe cabe apenas as sobras
do meio urbano.
Os espaços considerados rural abrangem
em sua totalidade o setor primário. Pdemos dizer que ainda existe exclusão e
precariedade dentro do meio rural, por exemplo os Quilombos e os grupos
indígenas.
O grande passo implementado pelas
Diretrizes de 1996, traz à escola do campo um currículo de base comum para
manter a equivalência entre o ensino rural e urbano. Ela passa a incluir temas
contextualizados ligados a cultura, ao desenvolvimento sustentável, uma nova
modalidade de atuação, o qual ainda está no papel, embora criado pela classe dirigente
este veio a sanar certas necessidade locais. Provocaram mudanças dentro do
ensino, pois já haviam movimentos no campo que reivindicam tais direitos.
Na medida em que a agricultura
vem crescendo, o país necessita da modernização. E para tanto os trabalhadores
precisam demonstrar habilidade para operar máquinas com nível tecnológico
avançado. A revolução verde contribuiu para uma nova demanda, uns passariam a
trabalhar em salas com ar condicionado, que no campo era algo inusitado e
jamais pensado. Nesta época havia um imaginário de que a agricultura familiar
desapareceria, e nela não havia sido feito nenhum investimento, e ela continuou
até hoje se organizando, com a Pedagogia da Alternância, Pastoral da Terra e
outros. Assim pensamos com a valorização da cultura local, que educação nós
queremos para o campo? Profissionalizar o agricultor?, Extensão rural para a
dominação específica de sua cultura tradicional?
Existe um grande interesse, uma
necessidade de inclusão nas políticas de desenvolvimento, no entanto tais
políticas apenas visavam os circuitos de produção. As políticas atingem uma
população privilegiada, as grandes empresas, e o pequeno produtor tem
necessidade de modenizar-se com auto sustentabilidade, com organização social
de modo cooperativado, melhoria alimentar, num processo de educação rural
consciente sem que destruam os elementos tradicionais destas sociedades.
A formação dos professores
ocorrem nos meios urbanos. Ainda possui requícios que não vão ao encontro dos
valores culturais, das necessidades produtivas e outros elementos culturais
regionais. Assim é necessário que se promovam políticas de formação aos
professores que vão atuar nos campos. Em 1996 algumas propostas vieram a
concretizar projetos, mas ainda não há para todo o país, falta uma política bem
definida, ainda a educação possui características urbanas, fora da realidade
social urbana. A Pedagogia da Alternância, exatamente é um reconhecimento do
fracasso, pois a educação atual é alienadora. A Pedagogia da alternância surgiu
na Europa, pois o aluno saia do campo para a cidade, e não retornava pois seus
valores eram outros. Assim ocorreu uma nova ideia, preparar para o campo. No
Brasil temos Escolas de Famílias Agrícolas e escolas de Famílias rurais em
torno de 200 escolas, mas a nível particular, não há iniciativas ainda do
Estado. Esse modelo o aluno passa um período na escola e outro na família,
continuando seus estudos cooperando com a agricultura familiar.
O espaço da educação no meio
urbano restringe-se aos muros, e na educação rural há uma participação maior da
comunidade, é a escola que muda o meio. Esse proposta contribui, por meio de
movimentos de agricultores familiares, na busca de meios que venham a
contribuir com uma educação do campo para o campo, visando o desenvolvimento
social para o local, não se trata de uma proposta educacional não com um fim em
si. Uma busca de não ser apenas uma educação, mas valorizar e qualificar o
trabalhador do campo.
A relação das Universidade com a
Educação do Campo começou a dar-se em 1996 em Luiziana, o 1º ENERA – Encontro
de Educação e Reforma agrária, o qual veio reivindicar a participação das
Universidades. Criaram o PRONERA – Programa Nacional de Educação para a reforma
Agrária.
De outro lado, convém evidenciar que
estamos falando do mesmo contexto de amplas lutas do “Movimento Docente” no
Brasil em torno da questão da educação
pública, gratuita, de qualidade e para todos.
Se o campo não pontua aí como “questão de destaque”, de toda maneira,
está entre o “todos”. A própria Lei 9.394/96 (Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional - LDB), para o bem e para o mal, é resultante desse processo
de luta que culminou em 1996. Assim, no bojo desse movimento mais amplo pela
educação pública criam-se condições favoráveis à renovação do conceito de
Educação Rural. Na LDB, se estabelecem obrigações ao Estado, bem como definição
de responsabilidades dos demais sujeitos históricos como a família e a
sociedade no que diz respeito à educação, que valem também para o campo. O
estatuto da educação obrigatória, por exemplo, que já estava consignado na Constituição de 1988, firmada como direito
público subjetivo, gera conseqüências
quantitativas positivas para o campo. Igualmente, abre-se espaço para
propostas de educação escolar de qualidade alternativa à conhecida Educação
Rural, ou seja, a LDB “reconhece a diversidade sociocultural e o
direito à igualdade e à diferença” (Parecer nº 36/2001, CEB/CNE).
Assim surge a possibilidade de iniciarem políticas públicas
que viriam a oferecer alfabetização, pedagogia aos assentados do meio rural,
inclusão das universidades nessa inclusão, o qual não partiu das universidades,
mas os próprios movimentos sociais rurais que conquistaram.
7. Considerações Finais
Sugestões:
Concepção de Escola:
·
Conhecer as
experiências que estão em andamento
·
Viabilizar a
implementação da Pedagogia da Alternância nas escolas do campo
·
Desenvolver
processos educativos para além da escola em que os educadores se envolvam com a
realidade no campo
·
Respeito a
diversidade cultural, étnica, religiosa
·
Garantir a
identidade dos povos do campo
·
Oferecer
estrutura escolar para que os alunos do campo tenham acesso às tecnologias e
suporte pedagógico para acessar ao conhecimento
CURRÍCULO
Ø
Currículo que
garanta a base nacional comum e que ao mesmo tempo leve em conta a parte
diversificada que atenda às necessidades do campo
Ø
Currículo precisa
articular o conhecimento científico com o empírico, articulando as
questões/problemas locais, buscando seu entendimento/solução
GESTÃO
• Criar um mecanismo de articulação direta entre
educação, saúde e agricultura para fazer o acompanhamento e dar suporte para a
permanência da mulher/homem no campo;
• Gestão participativa dos educadores, educandos, pais
e mães e diversas organizações da comunidade na gestão escolar, administrativa
e pedagógica, inclusive na elaboração do PPP;
• Garantir, através de eleição, os membros que farão
parte do conselho escolar.
FORMAÇÃO DE EDUCADORES
• Elaboração de Projetos Coletivos com a participação
dos sujeitos envolvidos
• Diagnóstico da comunidade para melhor entendimento e
intervenção na realidade;
• Criar um programa de formação dos educadores das
escolas do campo voltados a realidade do campo;
• Necessidade de garantir tempo de estudo e
planejamento para os educadores do campo;
• Garantir a criação de cursos nas universidades que
contemplem as demandas da formação de educadores do campo.
8. Referências
SEVILLA, Guamán, Eduardo. Sobre a evolução do conceito campesinato.
Eduardo Gusmán Sevilla, Manoel Gonzáles de Molina; 3ª Edição.São Paulo:
Expressão Popular, 2005. 96 p.
www.uniara.com.br/mestrado_drma/arquivos/.../Lee_Yun_Feng.pdf
Projeto Educação do Campo: estratégias e alternativas no campo
pedagógico. LEE YUN FENG. Orientadora: Profa. Dra. Vera L. S. Botta Ferrante.
Dissertação ... em 01/02/12.
www.vianei.org.br/index.php?option=com_content...id...
Desenvolvimento de pesquisa sobre Educação do Campo: Cultura e
Territorialidade, nessa pesquisa daremos continuidade a pesquisa sobre
Políticas e ... em 01/02/12.
www.cefaprocaceres.com.br/index.php?option...campo...
27 maio 2009 – CONTEXTO HISTÓRICO-POLÍTICO DA EDUCAÇÃO DO CAMPO. Movimentos e
articulações em defesa de um projeto educativo
adequado às ... em 01/02/12.
www.epepe.com.br/.../contribuicao_da_gestao_escola_para_educaca...
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Contribuições da Gestão Escolar para Educação no Campo: Projeto Político. Pedagógico da Concepção a Execução. Girleide Tôrres Lemos¹. Rodrigo Pereira ... em 01/02/12.
Contribuições da Gestão Escolar para Educação no Campo: Projeto Político. Pedagógico da Concepção a Execução. Girleide Tôrres Lemos¹. Rodrigo Pereira ... em 01/02/12.
br.monografias.com/.../educacao-campo.../educacao-campo-politicas...
A expressão Educação do Campo passou a ser utilizada a partir
da I Conferencia Nacional por uma Educação Básica do Campo realizada em 1998
em ... em 01/02/12.
9. Anexos
Figura 1 - Fonte: A luta para
definição de diretrizes de educação do campo... portalctb.org.br
Figura 2 - Fonte: Com o intuito de dá
visibilidade as experiências de educação do campo ... educacaonosemiarido.blogspot.com
Figura 3 - Fonte: Agroecologia do Território da
Borborema/Movimento de Educação do Campo... mecaufpb.blogspot.com
Figura 4 Fonte: Da agricultura
familiar valorizando o trabalho e a educação do campo. fw.uri.br
Figura 5 - Fonte: ... políticas
públicas sobre a educação no campo, nos registros nacionais, ... cianortenews.com
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