domingo, 16 de dezembro de 2012

039 - FREZIER VISITA A ILHA DE SANTA CATARINA

039 - FREZIER VISITA A ILHA 

DE SANTA CATARINA



          Em fins do mês de Março de 1712 a Ilha de Santa Catarina foi visitada pelo navegador e explorador, militar e engenheiro FREZIER , que havia partido da França no ano de 1711 com seus navios São José e Maria, em viagem de exploração, fundeado em Canasvieiras, refrescou-se no Sambaqui, enviando Expedição com 02 escalares para reconhecimento da baia do sul, verificando se nesta havia ou não fundeada embarcação inglesa suspeita fazendo pirataria na região. 


Renê Dourgay-Touin

          Os moradores entraram em pânico com a chegada do navio de  FREZIER, o motivo de tal pânico foi o da notícia de que o São Sebastião do Rio de Janeiro havia sido tomado pelos franceses da esquadra de RENË DOUGAY_TROUIN. Emissários do Sargento Mor da Ilha de Santa Catarina foram a bordo do São José, pediram que não fosse feito nenhum desembarque, prometeram em troca fornecer víveres, água e outras provisões necessárias para que seguissem viagem. Com o intuito de tranquilizar a população, o comandante da população ordenou arvorar a bandeira inglesa e as negociações amistosas se realizaram. O Sargento Mor MANOEL MANSO DE AVELAR foi recebido a bordo, permanecendo o navio na Póvoa de Nossa Senhora do Desterro no período de 10 dias, ancorado em uma de suas baias, recebeu galinhas, frutas nativas, fumo e barris de água fresca. Na ocasião o casco do navio foi examinado e seu casco aparelhado, pois em breve iria enfrentar os mares do Sul.


Renê Dourgay-Touin
 
          FREZIER levantou com precisão o mapa da Ilha de Santa Catarina, sendo feita uma descrição, de que havia na região densa e exuberante floresta, de que a Póvoa de Nossa Senhora do Desterro contava com 147 habitantes brancos, alguns indígenas e escravos africanos. A maioria dos brancos eram portugueses, alguns eram muito pobres, não tendo a menor intenção de terem dinheiro, qie o papel moeda e a moeda não possuíam nenhuma função na Ilha, o escambo era a única forma de comércio, isso se dava pela grande chegada de navios, sendo realizadas trocas com grande frequência. Viviam pobremente vestidos, camisas e ceroulas como indumentária mais comum, havia um ou outro que possuía chapéu, paletó.Meias e sapatos eram peças raras para a proteção dos pés, ao entrar nas matas os habitantes de Desterro enrolavam nos pés o couro de um animal que haviam caçado para este fim. Percebeu que ainda faltavam-lhes armas e pólvora para a proteção. 


Renê Dourgay-Touin
         
           Alimentavam-se basicamente de peixe, caça,  carne de macaco bugio era muito comum, pois esse animal habitava toda a ilha em abundância, milho, batata e frutas nativas. Os moradores não contavam com qualquer conforto, restrito apenas apenas aos dias santos. Frei FRANCISCO DA EVANGELIZAÇÃO acudia Santo Antônio dos Anjos da Laguna, rezando missas, batizados e casamentos.  FREZIER adorou o clima da Ilha de Santa Catarina, registrou que poucas doenças atacavam os moradores. Enumerou a flora nativa de Santa Catarina em espécies aromáticas e medicinais, não esquecendo de referir-se aos frutos nativos como laranjas, limões, bananas, goiabas, dentre outros. Após a viagem de GONÇALVES DE AGUIAR realizada no ano de 1714, a Ilha de santa Catarina foi visitada por um inglês, o Navio Speedwell, com 24 canhões e 100 homens, comandado por GEORGE SHELVOCKE.


Renê Dourgay-Touin
 
          O escambo tornou-se costumeiro, principalmente entre os corsários e o pessoal de MANOEL MANSO, os ilhéus forneciam, peixe seco, carne de sol, água, frutas nativas, banha, farinha de mandioca, favos e fumo, lenha, tudo em grande quantidade. Os homens do Speedwell excederam, cometeram pilhagens entre outras brutalidades.Nesta época os moradores já se encontravam revoltados, demonstravam forte desejo de reagirem, sendo que agrediram os marujos, aos quais o próprio comandante não poderia reagir.

Renê Dourgay-Touin
 
          O imediato do Speedwell, um grande patife, chegou a defender o velho Manoel Manso de Avelar, o qual reclamou de uma injuriosa expressão por ele utilizada, o que levou os moradores se amotinarem, pretendendo executarem todos os ingleses, sendo que com a chegada de um navio português, o São Francisco Xavier, a probabilidade de serem bem sucedidos se tornou real. Nesta ocasião o imediato do Speedwell recebeu, juntamente com alguns marujos, severo corretivo dos habitantes da Póvoa de Nossa Senhora do Desterro e dos marinheiros lusos recém chegados.  


Renê Dourgay-Touin
 

           SHELVOKE não fez dos catarinenses boas referências, tachou-os de bandidos, porém relatou o capitão FREZIER, relativo a salubridade da Ilha de Santa Catarina, que nela havia de tudo, exceto pano. Referente as armas, acreditou que possuíam muitas, porém eram necessárias pois haviam muitos tigres ferozes na Ilha e região. Partiu no ano de 1719, após conturbar a Ilha por longos 20 dias.
       
       
         

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