087 – A CAPITANIA DE SANTA CATARINA
COM A INDEPENDÊNCIA – A CONSTITUIÇÃO
No
dia 20 de agosto do ano de 1820 ocorre a Revolução do Porto, movimento que
viria a culminar com o fim do absolutismo em Portugal. A cidade de Coimbra, bem
como outras cidades portuguesas e suas tropas aderiram à Revolução, a própria
Capital aderiu a esse movimento. No dia 15 de setembro de 1020, aniversário da
expulsão dos franceses, Lisboa aclama seu General, o Vice-rei Conde de Resende D. José Luis de Castro. Nova 16 de setembro de 1820 instalam uma Nova
Regência a qual seria presidida pelo Conde Henrique Teixeira de Sampaio.
Desses
episódios em diante a população portuguesa passou a exigir das autoridades
competentes uma constituição aos moldes da Constituição outorgada pela visinha
Espanha. Em novembro de 1820 as tropas do Norte uniram-se as Tropas da Capital
Lisboeta. No Brasil, em São Sebastião do Rio de Janeiro o Conde de Palmela insistia para que D. João VI decretasse uma Constituição, porém este hesitava em
decretá-la.
No
Reino a Regência decretara uma Lei Eleitoral a qual convocou as Cortes
Constituintes baixando um Decreto Obrigando a Corte, a magistratura, o clero a
jurarem as bases da Constituição. No Brasil o Pará e a Bahia aderiram ao
Movimento Constitucionalista e organizaram Juntas Provisórias de Governo. O Rei
D. João VI continuava hesitando entre
a opção de retornar para Portugal e enfrentar o movimento ou permanecer no
Brasil, enviando seu filho para Portugal. Assim D. Pedro poderia presidir a
Constituição e assinar a Carta Magna, deixando passar o tempo.
No
dia 26 de janeiro de 1826 em São Sebastião do Rio de Janeiro os militares e o
povo exigem que D. João VI publique
a Constituição da Monarquia Portuguesa. D.
João VI após muita insistência concorda em aprovar a Carta Magna a qual
fosse aprovada pelas Cortes de Lisboa, o qual jurou-a no mesmo dia, sendo que
seus filhos, D. Pedro e D. Miguel, o povo e a tropa, e todo o
povo, também o fizeram prometendo respeitá-la antecipando o Decreto em 02 dias.
No
dia 07 de março de 1821 D. João VI
baixou o Decreto obrigando o Juramento à Constituição por todo o país
convocando os eleitores para a Eleição dos Deputados Brasileiros às Cortes.
No
dia 22 de abril de 1821 assume a D.
Pedro Regência do Brasil, sendo que seu pai, D. João VI embarca no Rio de Janeiro e parte no dia 26 para
Portugal após ter se estabelecido no Brasil por longos 13 anos. D. João VI e D. Carlota Joaquina partiram com aproximadamente 2000 pessoas de
sua confiança, chegando a Lisboa no dia 03 de julho do ano de 1821.
Em
Santa Catarina a notícia do Juramento à Constituição a qual foi redigida,
chegou nos primeiros dias do mês de março daquele ano. A Câmara da Vila de
Nossa Senhora do Desterro publicou o Decreto de 24 de fevereiro no dia 12 de
março, mas o povo teve notícia na véspera e decidiu deitar luminárias, isto é,
iluminar as casas, como era de costume na época, em sinal de muita alegria. A
reação do povo ocorreu antes mesmo que o Governador
Tovar e Albuquerque viesse a tomar alguma providência.
No
dia 23 de abril de 1821 ocorreu na Casa do governador de Santa Catarina uma
grande reunião política onde fazia-se presente o Governador Tovar e Albuquerque, o Comandante Geral da Tropas, o
Juiz de fora, o Vigário da Vara, o Intendente da Marinha, o Vigário de Santo
Antônio, o Capitão Mor da Ordenanças, o Tesoureiro Geral da Fazenda Real bem
como alguns comerciantes de importância da Vila de Nossa Senhora do Desterro.
Ao se reunirem, as figuras mais importantes do meio político, econômico e
administrativo de Santa Catarina, isto é, o poder político, religioso e social
local. O Aviso Real de 23 de março de 1821 determinando a escolha das Cortes e
dos representantes brasileiros foi apresentado pelo Governador Tovar e Albuquerque .
Naquela
oportunidade ficou estabelecido que antes de qualquer medida a ser tomada,
todos os presentes fariam o juramento, escolhendo-se o dia 25, dia do aniversário
da Rainha seria feito uma solenidade na Praça da Vila de Nossa Senhora do
Desterro para que o toda a Tropa, a nobreza local e o Povo prestasse o
Juramento à Nova Constituição.
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