domingo, 15 de setembro de 2013

137- O ESCRAVO AFRICANO E SEUS DESCENDENTES NA PROVÍNCIA DE SANTA CATARINA


137 - O ESCRAVO AFRICANO E SEUS DESCENDENTES
                 NA PROVÍNCIA DE SANTA CATARINA


      

           Em 1819 a população da Província de Santa Catarina era de 30.339 brancos, sendo que haviam somados a estes 7.203 escravos negros africanos, o que viria a corresponder 23,7% da população da Província. Ao que parece este foi o maior número de escravos registrado, nos anos que se sucederam a população branca apresentou índices muito grande em relação ao número de escravos.


Comparação da População de Escravos e livres durante o Século XIX entre a Província de Santa Catarina e outras


           O maior contingente de escravos na Província de Santa Catarina era representado por miscigenados, conhecidos por crioulos, eram totalmente brasileiros, não representavam mais membros da Raça Humana nascidos em terras do Continente Africano, mas sim membros da Raça Humana nascidos no Continente Americano. Dos nascidos em solos africanos pertenciam ao grupo Bantu, os quais estavam espalhados por todas as Províncias do Brasil.


A População da Província de Santa Catarina
no Século XIX

           Os Bantus estavam divididos em 02 grandes grupos da Raça Humana Negra, os Bantus Orientais com 28 Povos e os Bantus Ocidentais.


Escravos na Província de Santa Catarina

           Os Bantus Orientais estavam representados por um pequeno contingente de Moçambiques na Província de Santa Catarina, eram vistos como elementos ruins, rebeldes, tumultuadores. Do grupo Sudanês em menor número pelo Império do Brasil, dos quais pertenciam os Minas, os Mandingas, os Fulas, os Songas dentre outros, em número de 32, poucos foram vendidos para a Província Catarinense, quase todos eram Minas, e havia apenas um Cabo-Verde registrado na referida Província.


Escravos na Província de Santa Catarina

           Os negros africanos pouco foram empregados na lavouras no Brasil, porém eram empregados nos trabalhos existentes nas Armações de Baleias, na pesca, no tráfego marinho. Quase todos eram comprados ou alugados de outros proprietários ou eram de propriedade do Real Contrato, ou ainda comprados no Tráfego Negreiro no Mercado de Escravos. Embora os escravos fossem empregados em todos os trabalhos existentes nas Armações de Baleias, alguns trabalhos eram destinados ao trabalho remunerado de elementos brancos livres. 

Escravos na Província de Santa Catarina

           Alguns negros eram empregados nos trabalhos domésticos, em casas de secos e molhados, carregadores, estivadores, jornaleiros, serventes, encarregados da faxina das casas, lavadores de vidros e de casas, vendedores ambulantes, padeiros, pedreiros, carpinteiros, pintores, ferreiros, auxiliares de sapateiros, varredores d ruas, cortadores de árvores e picadores de lenha.

Escravos na Província de Santa Catarina

           A grande maioria de escravos eram mulheres, as quais eram utilizadas nos trabalhos domésticos como engomadoras e passadeiras, cozinheiras, doceiras, amas, amas de leite, babás, faxineiras e outros trabalhos.

Escravos na Província de Santa Catarina

           Eram bem tratados, no entanto os castigos eram constantes e bastante desumanos. Uma das obrigações dos senhores de escravos era proibir qualquer tipo de instrução, pois qualquer um que soubesse escrever poderia criar uma Carta de Alforria em papel almaço.


Escravos na Província de Santa Catarina

           Membros livres de qualquer classe poderia ter escravos, até mesmo as Irmandades como era o caso da Irmandade do Hospital Imperial de Caridade possuíam escravos para os trabalhos simples, pesados e humildes.

Autorizo a reprodução do acervo fotográfico com a citação do autor e fonte. Modelo Simple. Tecnologia do Blogger.

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