As crônicas da época registraram
que a boa música era apresentada nas Igrejas, em Missas, em Festas Religiosas e
em Procissões de Padroeiros com orquestra e coro. No ano de 1801 foi registrada
uma missa seguida de cerimônias cantadas. Em 1825 ocorreram Missas Votivas
comemorando o Reconhecimento da Independência do Brasil por Portugal.
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Sociedades Dançantes e seus Bailes |
O Maestro Guilherme Hautz, de
Joinville, no ano de 1851 foi convidado a instalar-se em Desterro com sua
família para ali trabalhar como professor de música, orquestrador, para dirigir
um dos coros que apresentava-se nas Igrejas, mesmo sendo luterano, rival de
outros maestros da Ilha como o Maestro José Brasilício de Sousa.
Coincidentemente o Maestro José Brasilício de Sousa também não era católico,
apresentava-se ateu.
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Procissão de Passos |
O Maestro José Martins Leoni no
ano de 1869 era um dos mais destacados na Capital Desterro, neste ano viria a
falecer o Vice Presidente da Província de Santa Catarina, João Francisco de
Souza Coutinho, o qual compunha músicas sacras e profanas, gostava de
apresentar suas músicas em festas religiosas, missas e sarais.
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Bandeira do Divino |
Hermes Ernesto da Fonseca, irmão
do Marechal Deodoro da Fonseca, e pai do Marechal Hermes da Fonseca, o qual foi
Presidente da República, e que em Desterro sediou no ano de 1863, como Major,
compunha e escrevia tratados de música. O Presidente Taunay gostava de ouvi-lo
tocar, como ocorreu no Clube Doze de Agosto a partitura La Jalouse no ano de
1876, e neste mesmo ano o Maestro G. Avé-Lallemant dava aulas de piano em
Desterro, o Maestro Benjamim Carvalho de Oliveira ensinava música e
instrumentos musicais.
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Bandeira do Divino |
Haviam muitas Sociedade Musicais
em Desterro, no ano de 1861 fundou-se a Sociedade Musical Paraíso Desterrense,
em 1867 a Sociedade Musical Euterpe 04 de Março, no ano de 1868 a Sociedade
Musical Paternon Catarinense, em 1871 a Sociedade Musical Germânica, a
Sociedade Musical Casino Filorfeônico
Dramático, em 1876 a Sociedade Musical Harmonia Lírica, em 1877 a
Sociedade Musical Lira Artística Catarinense, no ano de 1884 a Sociedade
Musical Amadores da Arte e no fim do século XIX a Sociedade Musical Clube
Beethoven. Há registro da existência de 05
Bandas Musicais em Desterro no ano de 1875, e em 1876 foi fundada a Banda
Musical Amor a arte, restabelecida no ano de 1896. No ano de 1875 foi fundada a
Banda Musical Filarmônica Comercial, a qual foi a primeira banda catarinense a
apresentar-se devidamente uniformizada. No ano de 1858 na Laguna foi
fundada a Banda Musical União dos Artistas, na Colônia Dona Francisca foi
fundada a Sociedade Teatral e Musical Harmonia, unindo-se mais tarde à
Sociedade Lira, a qual depois ficou conhecida por Harmonia Lira.
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Presidente Alfredo D’Escragnolle Taunay |
Em Laguna no ano de 1882 foi
fundada a Banda Musical Santa Cecília, mudando seu nome para Banda Musical 13
de Maio e depois para Banda Musical Carlos Gomes. Em 1860 os afros catarinenses
tentaram funda uma Banda Musical, entretanto foram severamente criticados pela
Imprensa e sociedade devido serem escravos e não puderem sair pela noite após
às 22h00min. Em todas as reuniões musicais com
melodias e serenatas, havia sempre homenagens aos políticos, personalidades e
autoridades que se faziam presentes. Nas Colônias Catarinenses reuniam-se
homens e mulheres em sociedade de canto, entoando cantos na língua de seus
ancestrais, fossem eles de origem germânica, italiana e até mesmo portuguesa. Foram inúmeras a Bandas Musicais,
Companhias Musicais e Músicos que vieram se apresentar em Desterro desde 1860,
pelos Salões particulares, nos Teatros Santa Isabel, Teatro São Pedro de
Alcântara. Simonse apresentava-se como rabequista do rei da Dinamarca, e sua
esposa, Fanny, a qual cantava; Paulien, menino prodígio, o qual apresentou-se
em 02 concertos de violino no ano de 1863; João Sanfield e Senhora Verdini,
barítono e contrato também apresentaram-se no ano de 1863, foram infelizes em
suas apresentação, não tendo rendas para retornarem, tiveram que recorrer à
caridade alheira; a Bailarina Mendonza também apresentou-se no ano de 1863; o
Concertista Dom Falco apresentou-se no ano de 1865; o Flautista particular do
rei da Bélgica, acompanhado por Hautz
apresentaram-se no ano de 1867; o menino Pianista português Emílio Vasconcelos apresentou-se no Salão do
Dr Henrique Schutel no ano de 1868; vestidos à caráter os cantores de ópera Marta
Val, Maurício Val e Leonita Villot, pela primeira vez apresentaram-se vestidos
à caráter no ano de 1873; o violinista Blanche Paganini apresentou-se no ano de
1876; apresentando vários instrumentos, Nicolas Campos fez sua apresentação no
ano de 1878. Pela Ilha passaram outros artistas que vieram se destacar a nível
nacional e internacional.
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Presidente Alfredo D’Escragnolle Taunay |
No ano de 1861 apresentaram-se na
Ilha, em Desterro os membros da companhia Bouffes Parisienses, tais artistas já
haviam apresentado a Ópera Bufa em Desterro no ano de 1881; nesta época
apresentou-se a Companhia Lírica
Felix Verneuil com muito êxito
sua temporada; já no ano de 1884, a Companhia Italiana apresentou o lírico
cômico Zaconi, também tendo muito êxito em suas apresentações. Os artistas amadores locais, bem
como outros artistas amadores ao apresentarem-se deveriam alugar barracões,
levando as cadeiras da plateia de suas casas. O Teatro Santa Isabel teve sua
pedra fundamental lançada aos 29 dias do mês de julho do ano de 1857,
iniciativa de uma empresa local, mesmo recebendo empréstimos do governo, no ano
de 1870 via-se arruinada. No ano de 1872 o Governo da Província de Santa
Catarina toma todos os bens da empresa e assume a dívida. O Teatro Santa Isabel
veio a ser inaugurado no dia 07 de setembro do ano de 1875, sendo que a
Sociedade Dramática Particular Recreio Catarinense encenou a peça Amor e
Infância. No ano de 1880 a Associação Fraternal Beneficente fez uma apresentação
encenando Niche, neste época o teatro acabara de passar por reformas. Aos 22
dias do mês de julho do ano de 1892, a Senhorita Izabel foi ao Teatro mudando
seu nome para Teatro Álvaro de Carvalho, homenageando o Tenente Álvaro Augusto
de Carvalho herói da Guerra do Paraguay, morto em Buenos Aires no ano de 1869.
Em Laguna havia o Teatro 07 de Setembro onde apresentava-se um grande grupo de
amadores, em Joinville também havia uma teatro denominado Teatro 07 de
Setembro.
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Bandeira do Divino
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Haviam muitas comemorações na
Província de Santa Catarina e em especial na Desterro, o 07 de Setembro,
homenagem a Independência do Brasil e o 02 de Dezembro, homenagem ao
Aniversário de D. Pedro II. Nestas comemorações a tropa formava, havia banda e
o povo saía às ruas cortejando com a Esfinge de Sua Majestade D Pedro I. Na Câmara de Desterro havia um
dossel, sob esse havia um retrato de Sua Majestade D Pedro I, sempre que se
reuniam, o Presidente da Província, a Magistratura, o Comandante das Tropas com
seus Oficiais, os Deputados à Assembleia com sua Mesa, o clero, o Alto Funcionalismo e principalmente a Câmara com todos os Vereadores, um a um
desfilavam perante seu retrato, fazendo cada um sua reverência, uma discreta
curvatura de cabeça como sinal de respeito devido a tal augusta pessoa, talvez
por serem membros de uma mesma instituição, de uma mesma ordem. Na sacada o presidente da
Província dava viva à Sua Majestade D Pedro I, à Nação, à Religião e ao Estado.
O qual era respondido de imediato pelas tropas e pelo povo. Em alguns momentos
faziam salvas, pela manhã e ao final do cortejo, pela noite as casas, ruas e
praças ficavam totalmente iluminadas.
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Bandeira do Divino |
Os desterrenses apreciavam muito
o carnaval, criando assim muitas Sociedades Carnavalescas, possuíam carros de
mutação com estruturas de papier marche que causavam grande euforia a quem
prestigiava os desfiles. No ano de 1859 havia a Sociedade
Carnavalesca Desterrense a qual organizava grandes bailes carnavalescos à
fantasia; no ano de 1868 havia a Sociedade Carnavalesca Recreio; no ano de 1879
havia a Sociedade Carnavalesca Filhos do Silêncio, todas com o mesmo propósito.
Destacou-se a Sociedade Carnavalesca dos Bons Arcanjos, a qual recebeu esse nome no ano de 1879, anteriormente
denominada Sociedade Carnavalesca Filhos de Satanaz e a Sociedade Carnavalesca
Diabo a Quatro, no ano de 1882, esta Sociedade teve destaque por sua atuação na
Campanha Abolicionista. A pintura na Província de Santa
Catarina teve grande desenvolvimento pelas mãos doa artistas catarinenses
Sebastião Fernandes, ainda pouco conhecido, e o destacado Victor Meirelles que
foi sendo homenageado por suas obras na Corte do Rio de Janeiro bem como na
Europa. Os Jornais por todas as Províncias brasileiras destacavam a aceitação
de suas obras tanto no Brasil quanto no exterior.
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Bandeira do Divino |
As letras tiveram grandes nomes,
representada por jornalistas, escritores e poetas. No ano de 1853 Manoel Joaquim de Almeida Coelho publica a
obra memória Histórica da Província de Santa Catarina. No ano de 1861 o Padre
Joaquim Gomes de Oliveira e Paiva publica a obra Ensaios Oratórios; no ano de
1862 Jovita Soares Silva publica o romance Eulália; no ano de 1863 foi
publicada a Lírios e Rosas pelo poeta
José Elisário da Silva Quintanilha, também neste ano foi publicado o Compêndio
Musical do Major Hermes Ernesto da Fonseca. No ano de 1864 o Dr Ribeiro de
Almeida lançou a obra Ensaio Sobre a Salubridade da Ilha de Santa Catarina;
Lacerda Coutinho lançava a obra Cenas da Vida de um Estudante; no ano de 1866
José Elisário da silva Quintanilha enviara à imprensa a obra em versos
Inspirações do Amor. Já no ano de 1868 é publicada a peça teatral do Tenente
Álvaro de Carvalho intitulada Raimundo; em 1869 Dona Júlia Costa publica a obra
em versos Flores dispersas. Em 1871 José da Silva Ramos Júnior publica a obra Noites
de Luar; o Presidente da Província de Santa Catarina, Alfredo D’Escragnolle
Taunay publica por meio de folhetins a obra Inocência, assinando-o pelo
pseudônimo de Silvio Dinarte.
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Bandeira do Divino |
A Imprensa catarinense sempre
elegeu sonetos, nênias, odes, prosas e elegias de diversos autores,
destacando-se os autores Franc de Paulicéia Marques de Carvalho, cruz e Sousa,
Santos Lostada, Virgílio Várzea, Padre Oliveira e Paiva, destacando-se também
sátiras políticas em quadrilhas e sextilhas, de Marcelino Antônio Dutra, o
Poeta do Brejo e político militante. Silveira e Sousa publicara o poema
satírico As Taunaydas, visando o Presidente
Alfredo D’Escragnolle Taunay, seu grande adversário político.
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