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| Pêro do Campos Tourinho |
Capitania de Porto Seguro
Data da Doação: 27 de Maio de 1534
Data da Partida para o Brasil: final do ano de 1535
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| Pêro do Campos Tourinho |
Pêro do Campos Tourinho era natural de Viana do Castelo e tinha belas propriedades no Minho. Sua mulher, Inês Fernandes Pinto, dera-lhe três filhos: Fernão, André e Leonor. Apesar de ter família e riquezas, Pedro do Campos Tourinho entusiasmou-se com a ideia de começar vida nova além do Atlântico. Assim que recebeu sua Capitania, retornou as terras lusas tratando de vender tudo o que possuía para fazer uma nova vida em suas posses no Brasil. Ao receber a Capitania de Porto Seguro trouxe consigo 600 colonos para trabalharem em suas terras. Uma onda de agitação ocorreu em Viana do Castelo e arredores, cada um reunindo suas malas e baus de madeira ou couro, encaixotando aquilo que lhe seria útil para o dia a dia nas terras brasileiras. Alguns trouxeram as velhas arcas que ficavam próximas ao fogão de lenha, alguns fizeram arcas especialmente para acondicionar martelos, facões, enxadas, pás, pois no Brasil havia boa madeira e boa terra para produzirem ou criarem seus mais recentes sonhos.
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| Pêro do Campos Tourinho |
No final do ano de 1535 tudo estava pronto, assim partiram para realizarem projetos seus sonhos. Não sabemos como ocorreu essa viagem, sabe-se que chegaram todos muito bem. Algum tempo depois da chegada vieram a fundar a Vila de Porto Seguro em uma colina junto à costa atlântica, onde as casas foram surgindo ao redor de uma capela a qual ficava em uma quadra central onde estavam os principais estabelecimentos comerciais como armazém de secos e molhados, oficinas de ferreiro e carpinteiro, escritório de um pequeno estaleiro de construção naval, e tudo protegido por um forte. Os colonos de Campos Tourinho desbravaram as terras onde cultivaram com bons resultados. Dedicaram à pesca e à salga, exportando peixe e outros frutos do mar salgados para Portugal.
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| Pêro do Campos Tourinho |
No ano de 1558 um pequeno grupo de colonos arriscou uma entrada pelo sertão em busca de ouro, prata e pedras preciosas, devido ao convívio com os indígenas da região. Após 6 meses de busca frenética, o regresso fez-se de mãos vazias. Pedro Tourinho era um homem de boa vida, homem de forte iniciativa, desbravador, visionário, criativo, empreendedor. Sabe-se que o destino lhe deu um destino triste, fanático pelo trabalho, obrigava sempre os colonos trabalharem além das horas necessária e além de seus limites humanos. Tal exagero levou-o a não respeitar sábados, domingos e feriados, o que pela religião dos colonos não era correto. A regra da Igreja Católica obriga o respeito ao descanso aos sábados, domingos e feriados cristãos.
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| Pêro do Campos Tourinho |
Seu poder de Capitão Donatário levou-o a abusar do poder e autoridade, sendo assim respeitado, entretanto o povo reclamava, porém ele respondia: "- Na minha capitania eu sou rei e papa!"
Os colonos revoltaram- com tal abuso de poder, e até mesmo por outros motivos.
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| Pêro do Campos Tourinho |
Pêro Tourinho não aceitava as índias fossem abusadas pelos colonos, punindo-os severamente. O que gerou grande conflito, pois os homens se reuniam para conspirar contra ele. No ano de 1543 João Barbosa Paes decidiu acusar o Capitão de praticar crimes contra ele e contra a Religião Católica. Na época havia um tribunal religioso bastante severo, o Tribunal da Santa Inquisição. Portanto, para o Tribunal da Inquisição, quem não respeitasse domingos e dias santos era um criminoso. E quem ousasse dizer-se Papa, era ainda muito mais criminoso.
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| Pêro do Campos Tourinho |
Pobre infeliz, Pêro Tourinho foi preso e enviado à Lisboa. Os Inquisidores julgaram-no e aplicaram-lhe um castigo que para ele com certeza foi terrível, fixaram-lhe residência na Rua do Poço em Lisboa, onde viveu 10 anos com muita tristeza longe de sua família que continuava em terras brasileiras, morrendo sem que em sua Capitania jamais retornaria. Depois de um período entregue à outros Capitães, passou a seu filho mais velho, Pêro Tourinho, o Fernão, o qual teve a sorte de descobrir esmeraldas entre Porto Seguro e Cabo Frio.
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Como Fernão morreu sem deixar descendentes, a Capitania passou para sua irmã, D. Leonor. Mais tarde foi comprada pelo Duque de Aveiro, mantendo-se na posse desta família até o ano de 1559, ano em que o Marquês de Pombal acusou e condenou o Duque de Aveiro de traição contra o Rei de Portugal, confiscando suas posses,inclundo a Capitania de Porto Seguro, deste modo ela passou a ser integrada às posses da Coroa de Portugal.
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