116 – OS PRESIDENTES DA PROVÍNCIA DE SANTA CATARINA APÓS A REVOLUÇÃO FARROUPILHA
Durante
a Revolução Farroupilha, passaram pela Presidência da Província de Santa
Catarina 03 militares:
1. Presidente João Carlos Pardal;
2. Presidente General Francisco José de Sousa Soares de Andréa;
3. Presidente Marechal Antero José Ferreira de
Brito.
Presidente João Carlos Pardal - Presidente General Francisco José de Sousa Soares de Andréa - Presidente Marechal Antero José Ferreira de Brito |
O 1º e o 2º
eram Lusitanos, Pardal foi acusado de ser autoritário, déspota, por isso
tornou-se impopular durante os 02 anos incompletos em que esteve frente aos
comandos do governo catarinense. Andréa também natural de Portugal, foi da
mesma linha autoritária, assumiu a Presidência da Província de Santa Catarina
aos 03 de agosto de 1839, poucos dias após a Proclamação da República
Juliana,sendo indicado para Conjurar o Movimento Revolucionário em Santa
Catarina, expulsando os Farrapos da Província de Santa Catarina e pondo um fim
na República Juliana a qual a Freguesia de Imaruí não aderiu. Utilizou-se de
uma diplomacia sem suspeitas, homem enérgico e temido por todos.
Há registros de que ao desembarcar na
Ilha de Santa Catarina, ao 1º homem que
viu à sua frente de imediato Du a 1ª ordem: “- Tire seu chapéu de imediato,
eu sou o General Andréa, Presidente desta Província”. Por suas costas
todos lhe tratavam por Tio Chico. Mais tarde uma quadrinha divulgada na
Província de Santa Catarina dizia que ele havia feito do ladrão, fiel. Uma
alusão ao que ele havia feito com o Coronel
Xavier Neves, o qual havia sido eleito Presidente da República Juliana, o
qual foi tomado como palaciano e feito Coronel da Guarda Nacional, pessoa da
intimidade e confiança do Governador. Talvez a princípio uma situação um pouco
constrangedora.
Apesar de seu autoritarismo era um homem
bom, bem humorado, em certas horas. Para um cidadão que lhe requereu um papel almaço
simples de bordas felpudas, despachou: -“Faça a sua barba, depois volte”.
Para um patrício que não queria tomar parte da luta, respondeu-lhe em versos: “_Você
é português. Eu também sou. Vá para a guerra. Que eu também vou...”.
No que diz respeito a ação militar o
Presidente enviou escaramuças que desmoralizavam as Tropas Imperiais, ante a
mobilidade dos revoltosos. Organizou as forças, quando atacou, em poucos dias
pois fim ao que era a República Juliana, combinando a tática do ataque por
terra e por mar, obrigando os Farroupilhas fugirem para a Serra, os últimos
redutos, que não tardariam a cair. O Presidente deixou o Governo da Capitania de Santa Catarina em julho de 1840, tornando-se Barão de Caçapava.
O Presidente
General Francisco José de Sousa Soares de Andréa ao passar seu governo
entregou minucioso relatório ao seu sucessor. Mostrando-lhe como se encontravam
os assuntos militares. A guarda militar, os comandos militares, o estado das
fortalezas da Ilha de Santa Catarina, as necessidades de defesa da Vila de
Santo Antônio da Laguna, da Vila de Nossa Senhora da Graças do Rio de são
Francisco, do Hospital Militar, reduzido em um armazém no Forte de Santa
Bárbara. Apontou a necessidade de faróis nas Ilhas da Graça, do Arvoredo. Da
necessidade de estradas, sendo que havia iniciado uma que iria de Três Barras,
no Termo de São Francisco, ao Sul da Província, a qual deveria ser guarnecida
de postos militares, evitando que nelas os indígenas viessem a invadir.
Referiu-se em suas recomendações às
pontes, 02 construídas em São Francisco e 01 em Aririú, em São José, que era
necessário reconstruir as de Biguaçú e a da Lagoa, as quais foram carregadas
pelas águas da última enxurrada. Havia feito recentemente reparos nas estradas
do Estreito ao São José, na Lages pelo Trombudo e determinado reconhecimento
para a construção de outra no Itajaí à qual Lages ia ter à Lapa, na 5ª comarca
de São Paulo.
Vários Regulamentos haviam sido
construídos, como era o caso dos Portos, o da Secretaria do Governo, o das
Escolas da Província de Santa Catarina e o dos Matadouros Públicos.
Havia solicitado um Professor à ao Rio
de Janeiro para que viesse dirigir a Escola Normal, que este fosse capaz de
fazer-se formar professores, e calceteiros para calçar as ruas da Capital. E que
havia comprado um terreno para o Cemitério da Capital e 50 lampiões a sua
iluminação.
Nenhum comentário:
Postar um comentário