quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

047 – FRANCISCO DE BRITO PEIXOTO:O FIM DE UM LUTADOR



047 – FRANCISCO DE BRITO PEIXOTO: 
O FIM DE UM LUTADOR

                Francisco de Brito Peixoto, o qual a sua própria custa, sem receber da Coroa Portuguesa qualquer soma em dinheiro, desbravou com seus homens todo o Continente do Rio Grande, mantendo ali postos avançados da conquista, tendo sido abastado, aplicou toda a sua fortuna neste empreendimento a serviço d’El Rey
Rei de Portugal D. João V
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                Velho e com problemas de saúde, quase inválido, atingido pela miséria, teve o pretexto de pedir um padre para Santo Antônio dos anjos da Laguna bem como ordenamentos para a sua Igreja, foi ele as portas de seu Real Senhor, D. João V, a quem tinha muito respeito e carinho,servindo há mais de meio século com total lealdade, deste modo escreveu-lhe uma carta no mês de Abril do ano de 1730, com a narração de todos os seus trabalhos e agradecendo-lhe as honrarias que lhe haviam sido concedidas
Capitão Francisco de Brito Peixoto
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                O Conde de Sarzedas, Governador General da Capitania de São Paulo, foi muito favorável a que se viesse a atender os apelos do velho povoador Francisco de Brito Peixoto, e o Conselho Ultramarino louvou-lhe com forte zelo, no entanto não passou disto, na prática nada ocorreu
Capitão Francisco de Brito Peixoto
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                Francisco de Brito Peixoto no ano de 1733, foi insistente, pedindo-lhe a mercê de uns campos de terras, as quais iam do Tramandaí ao Rio grande
Capitão Francisco de Brito Peixoto
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                Sua súplica era digna de muita atenção, quem conhecia o Capitão Francisco de Brito Peixoto sabia que suas ações sempre eram louváveis, compreendendo as angústias que a velhice lhe sufocava. “_ e para Vossa Majestade dispor o que for mais de seu serviço esta representação e suplício queriam os olhos de sua grandeza nos meus requerimentos e serviços que andam no tribunal, para que ao menos na minha velhice veja premiados os grandes trabalhos e despesas que eu e meu pai, que Deus haja, temos padecido em fazer e aumentar esta povoação, para aumento deste Estado e Fazendo de Vossa Magestade”.
Rei de Portugal D João V
                Mandou o Rei de Portugal D João V ao Governador de São Paulo o requerimento e este o enviou à Câmara de Santo Antônio da Laguna, para que sobre o assunto se manifestasse. A informação foi favorável, a Câmara não poderia deixar de assim pronunciar-se, entretanto, alguns particulares interessados pelas terras reivindicadas pelo Capitão Francisco de Brito Peixoto se colocaram em oposição, alegando que na referida concessão pretendida já havia 27 estâncias
Rei de Portugal D João V
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                Por tal documento, o que prevaleceu foram as informações da Câmara e sobre os trabalhos prestados bem como todas as considerações a respeito das despesas feitas e com as quais esgotaram os últimos recursos, o Rei de Portugal D. João V, como prêmio merecido com louvor a tão devotados serviços, ordenou que se desse ao Capitão Brito Peixoto uma Sesmaria de Légua e Meia em Quadro, concessão que se fazia a qualquer um que viesse a solicitar. Retribuiu desta forma mesquinhamente, a Coroa Portuguesa aquele que tanto fez doando suas posses pelos empreendimentos reais
Capitão Francisco de Brito Peixoto

                No dia 31 do mês de Outubro do ano de 1735, depois de tanto esperar em vão, num curso de 02 anos, um gesto real de reconhecimento. Ao menos a concessão de algo tão ambicionado por tantos capitães nos empreendimentos reais, o capitão Brito Peixoto recebeu o honrado Hábito de Cristo, assistido por sua sobrinha Ana de Brito e pelo Padre Luís Alves
Capitão Francisco de Brito Peixoto
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                O Capitão Francisco de Brito Peixoto fez um último pedido quando recebeu a Honraria do Hábito de cristo, pediu para ser enterrado aos pés de Santo Antônio dos Anjos nas terras em que seu pai e seu irmão conquistaram com muito sacrifício, na vila em que deram todo o calor de sua existência.



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