Francisco de Brito
Peixoto, o qual a sua própria custa, sem receber da Coroa Portuguesa qualquer
soma em dinheiro, desbravou com seus homens todo o Continente do Rio Grande,
mantendo ali postos avançados da conquista, tendo sido abastado, aplicou toda a
sua fortuna neste empreendimento a serviço d’El Rey
.
Rei de Portugal D. João V |
Velho
e com problemas de saúde, quase inválido, atingido pela miséria, teve o
pretexto de pedir um padre para Santo Antônio dos anjos da Laguna bem como
ordenamentos para a sua Igreja, foi ele as portas de seu Real Senhor, D. João
V, a quem tinha muito respeito e carinho,servindo há mais de meio século com
total lealdade, deste modo escreveu-lhe uma carta no mês de Abril do ano de
1730, com a narração de todos os seus trabalhos e agradecendo-lhe as honrarias
que lhe haviam sido concedidas
.
Capitão Francisco de Brito Peixoto |
O
Conde de Sarzedas, Governador General da Capitania de São Paulo, foi muito
favorável a que se viesse a atender os apelos do velho povoador Francisco de Brito Peixoto,
e o Conselho Ultramarino louvou-lhe com forte zelo, no entanto não passou
disto, na prática nada ocorreu
.
Capitão Francisco de Brito Peixoto |
Francisco de Brito Peixoto no ano de 1733, foi insistente, pedindo-lhe a mercê de uns campos de
terras, as quais iam do Tramandaí ao Rio grande
.
Capitão Francisco de Brito Peixoto |
Sua
súplica era digna de muita atenção, quem conhecia o Capitão Francisco de Brito Peixoto sabia
que suas ações sempre eram louváveis, compreendendo as angústias que a velhice
lhe sufocava. “_ e para Vossa
Majestade dispor o que for mais de seu serviço esta representação e suplício
queriam os olhos de sua grandeza nos meus requerimentos e serviços que andam no
tribunal, para que ao menos na minha velhice veja premiados os grandes
trabalhos e despesas que eu e meu pai, que Deus haja, temos padecido em fazer e
aumentar esta povoação, para aumento deste Estado e Fazendo de Vossa Magestade”.
Rei de Portugal D João V |
Mandou
o Rei de Portugal D João V ao Governador de São Paulo o requerimento e este o
enviou à Câmara de Santo Antônio da Laguna, para que sobre o assunto se
manifestasse. A informação foi favorável, a Câmara não poderia deixar de assim
pronunciar-se, entretanto, alguns particulares interessados pelas terras
reivindicadas pelo Capitão Francisco de Brito Peixoto se colocaram em oposição, alegando que
na referida concessão pretendida já havia 27 estâncias
.
Rei de Portugal D João V |
Por
tal documento, o que prevaleceu foram as informações da Câmara e sobre os
trabalhos prestados bem como todas as considerações a respeito das despesas
feitas e com as quais esgotaram os últimos recursos, o Rei de Portugal D. João
V, como prêmio merecido com louvor a tão devotados serviços, ordenou que se desse
ao Capitão Brito Peixoto uma Sesmaria de Légua e Meia em Quadro, concessão que
se fazia a qualquer um que viesse a solicitar. Retribuiu desta forma
mesquinhamente, a Coroa Portuguesa aquele que tanto fez doando suas posses
pelos empreendimentos reais
Capitão Francisco de Brito Peixoto |
No
dia 31 do mês de Outubro do ano de 1735, depois de tanto esperar em vão, num
curso de 02 anos, um gesto real de reconhecimento. Ao menos a concessão de algo
tão ambicionado por tantos capitães nos empreendimentos reais, o capitão Brito
Peixoto recebeu o honrado Hábito de Cristo, assistido por sua sobrinha Ana de
Brito e pelo Padre Luís Alves
.
Capitão Francisco de Brito Peixoto |
O
Capitão Francisco de Brito Peixoto fez um último pedido quando recebeu a Honraria do Hábito
de cristo, pediu para ser enterrado aos pés de Santo Antônio dos Anjos nas
terras em que seu pai e seu irmão conquistaram com muito sacrifício, na vila em
que deram todo o calor de sua existência.
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