062 – A SEGUNDA METADE
DO SÉCULO XVIII – A FUNDAÇÃO DE LAGES
Em
novembro do ano de 1776 Correa Pinto
chega às terras indicadas denominadas Taipas. Ali erigiu de imediato uma Capela
a Nossa Senhora dos Prazeres, isso porque o Morgado de Mateus era devoro
fervoroso, erigiu-a em madeira, o que havia em abundância na região. Foi obrigado a mudá-la por 03 vezes de local,
isso deu-se pelo terreno não ser compacto para sua estrutura. No dia 22 do mês
de maio do ano de 1771 reuniu os habitantes
onde declarou a fundação da Vila de Nossa Senhora dos Prazeres das
Lages, lavrando o respectivo Termo o qual foi assinado pelas testemunhas
presentes.
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Marquês de Pombal - D. Luiz Botelho Mourão
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Em
uma de suas Cartas ao Marquês de Pombal,
D. Luiz Botelho Mourão não escondeu
ter claro conhecimento de que o sertão em que ocupara de modo ilegal era parte
e posse de Santo Antônio dos Anjos da Laguna. Confessou-lhe que havia apertado Corrêa Pinto para que apressasse sua
fundação, prometendo por ela o a Comenda do Hábito de Cristo. Com o intuito de
justificar seu ato procurou D. Luis provocou uma confusão nos limites da Vila
do Rio Grande.
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Marquês de Pombal - D. Luiz Botelho Mourão
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O
Vice Rei do Brasil, o Conde Cunha, sabendo que o Governador de São Paulo estava
extrapolando seu poder, sabia ainda que os protestos do Governador do Rio
Grande estavam cobertos de razão, jogou a solução arbitrária para a Coro de
Portugal. Enquanto Cartas e Protestos
iam à Portugal e retornavam ao Brasil, o Morgado prosseguia sua obra em
território alheio. No ano de 1773 conseguiu de Corrêa Pinto uma informação de
que a Vila de Lages fazia limites com Viamão pelo Rio Pelotas e com a Vila de
Laguna pela Serra. Nesta época o Governador de Canta Catarina, o coronel Pedro
Antônio da Gama Freitas de modo enérgico protestou junto ao Vice Rei, o Marquês
do Lavradio , D. Luís de Almeida Portugal Soares de Alarcão D'Eça e Melo silva Mascarenhas, dirigindo-lhe uma reclamação onde vinha a expor que o Governo de
São Paulo havia lesado o Governo de santa Catarina. O Vice rei enviou para a
Metrópole uma Reclamação informando a veracidade do alegado.
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Vice Rei, o Marquês do Lavradio , D. Luís de Almeida Portugal Soares de Alarcão D'Eça e Melo silva Mascarenhas
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Nesta
época Corrêa Pinto permanecia na sua Vila dando apoio para seu desenvolvimento,
estava perdido no Sertão sem a menor comunicação com o litoral. Apenas com as
Vilas de Curitiba e de São Paulo uma comunicação esporádica. Sua Vila tornou-se
um centro de criação de gado, mas seu crescimento foi muito lento durante o
Século XVIII. De sua Vila partiram os desbravadores que viriam a descobrir e
desbravar os Campos Novos e Curitibanos, estes também dirigiram-se até as
coxilhas gaúchas e aos espanhóis confinados ao oeste
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Vice Rei, o Marquês do Lavradio , D. Luís de Almeida Portugal Soares de Alarcão D'Eça e Melo silva Mascarenhas |
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Corrêa Pinto não recebeu como outros
bandeirantes o ambicionado Hábito de Cristo. No dia 28 de setembro do ano de
1703 Corrêa Pinto veio a falecer. Sendo sepultado no interior da pequena Igreja
de Nossa Senhora dos Prazeres acima do Arco, ao pé dos degraus do Presépio,
onde ainda hoje repousam seus restos.
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