quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

073 – A SEGUNDA METADE DO SÉCULO XVIII – DONA JOANA DE GUSMÃO


073 – A SEGUNDA METADE DO SÉCULO XVIII – DONA JOANA DE GUSMÃO


          No Século XVIII destacaram 02 personalidades por seus atos de benemerência e atuação na vida social de Santa Catarina: 

 1.       Dona Joana de Gusmão

Dona Joana de Gusmão

2.       Irmão Joaquim.

Irmão Joaquim.
       Dona Joana de Gusmão era irmã de Bartolomeu Lourenço de Gusmão, o brasileiro de maior projeção na Corte de Lisboa nos tempos de D. João V a quem foi fiel secretário e confidente.


D. João V
      Nascida no ano de 1688 na cidade de Santos foi esposa de Antônio Ferreira da Gamboa. Ao enviuvar passou a usar o hábito da Ordem Terceira de São Francisco, da qual era Irmã Professora. Vinda de Paranaguá, chegou à Ilha de Santa Catarina no cumprimento de um voto de peregrinar pelo mundo.


Dona Joana de Gusmão
      Passou a residir na Lagoa, passou a pertencer a Ordem terceira da Ilha, desistindo da peregrinação por encontrar outras causas cristãs as quais percebeu que seria sua missão.


Dona Joana de Gusmão
       Mulher já com boa idade, magra, alta, passou a percorrer as ruas da Vila, bem como as povoações próximas, recolhendo donativos para a construção de uma Capela para a Imagem do Menino Deus, a qual levava sempre consigo, imagem que encontra-se hoje ainda no Altar Mor da Igreja do Menino Deus.


Altar Mor da Igreja do Menino Deus
       Para angariar fundos conseguiu licença especial do Bispo D. Frei Antônio do Desterro. Rumou até a Colônia de Sacramento no compromisso com sua missão, em companhia de 02 mulheres, conseguiu a importância de 200.000 Contos de Reis.


Imagem do Senhor Bom Jesus dos Passos
      No ano de 1762 obteve de André Vieira da Rosa a doação de um terreno contendo 10 braças na encosta do morro a leste da Vila, dando início à construção de sua tão sonhada capela e de uma casa anexa, onde viria a morar com suas companheiras. Em 1764 doou-as à Ordem Terceira, com a condição que fosse festejado anualmente o Deus Menino, e a de que fosse enterrada na sua capela, sendo que a doação posteriormente tenha sido desfeita.


Imagem do Senhor Bom Jesus dos Passos
     A Imagem do Senhor Bom Jesus dos Passos passou pela Vila de Nossa Senhora do Desterro no ano de 1764, a qual deveria ir rumo ao Rio Grande, havia sido esculpida na Bahia de Todos os Santos, conta-se que por 03 vezes que foi posta no barco para seu destino o mal tempo a impediu.


Governador Francisco Antônio Cardoso de Menezes e Sousa
      O capitão do navio atribuiu o desejo divino de que a imagem deveria ali ficar. No dia 1º de janeiro do ano de 1765 foi instalada a Irmandade de São Bom Jesus dos Passos, sendo seu 1º Provedor o próprio Governador Francisco Antônio Cardoso de Menezes e Sousa. A Irmandade procurou edificar uma Capela própria para a Imagem, neste caso procuraram D. Joana de Gusmão, para que se construísse uma Capela anexa a do Menino Deus, sendo iniciada a obra no ano de 1768.


Governador Francisco Antônio Cardoso de Menezes e Sousa
      Morando na casa que construíra, D. Tereza de Gusmão com as outras senhoras piedosas também pertencentes à Ordem Terceira, continuaram sempre a peregrinar no intuito de arrecadarem fundos ao seu empreendimento. D. Tereza de Gusmão tornou-se uma mulher muito querida por todos que viviam na Ilha de Santa Catarina.


Menino Deus
      Aos 92 veio a falecer no dia 16 de novembro de 1780, sendo sepultado seu corpo na Capela do Menino Deus que havia edificado. Foi sucedida pela Beata D. Jacinta que lhe acompanhava em suas peregrinações, passando então a Capela para a Irmandade com a autorização do Vice Rei.
Vice Rei Dom Luís Vasconcelos e Souza 4º Conde de Figueiró


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