090 – A CAPITANIA DE SANTA CATARINA
COM A INDEPENDÊNCIA – SANTA CATARINA E
A INDEPENDÊNCIA
Em
Santa Catarina as notícias sempre chegavam com bastante atraso e muito confusas. No dia 04 de setembro a
Câmara dirigiu a Xavier Curado
credenciais de planejamento, reconhecendo ser objeto principal a causa sagrada
de União e Independência desse Reino.
As
Cortes de Lisboa iniciaram as medidas de represália contra as atitudes tomadas
no Brasil. Quando chegaram a Vila de Nossa Senhora do Desterro as notícias de
que D. Pedro I havia baixado
Decretos Datados de 1º e 06 de agosto, os quais considerava as Topas que
ficassem ao lado de Portugal, o qual desejava sufocar qualquer movimento de
rebeldia, e desobediência, o povo da Capital de Santa Catarina ficou bastante
entusiasmado com a ação do Príncipe, deitando lanterna por 03 noites
consecutivas como era de costume.
Os
mais importantes e destacados politicamente e economicamente da Ilha de Santa
Catarina foi mais uma vez convocada pela Câmara onde reuniram-se no dia 12 de
setembro, sendo enviado a D. Pedro I
uma Carta Jubilosa a qual reconhecia a atitude do Príncipe Regente. No entanto
deixavam claro que mantinham fidelidade a D.
João VI pois acreditavam que estava cercado pelas Cortes de Lisboa.
Nesta
época já havia ocorrido a Proclamação da Independência Brasileira. Porém a
notícia só chegaria à Vila de Nossa Senhora do Desterro no dia 1º de outubro,
pois foi nesta data que a Câmara tomou providências iniciais para atender ao
pedido da Câmara do rio de janeiro, que era aclamar D. Pedro I como Imperador do Brasil.
A
Câmara dirigido ao Príncipe Pedro I um Ofício comunicando-lhe que mal chegou a
Vila de Nossa Senhora do Desterro a notícia da Independência, esta viu-se
obrigada a conter ao entusiasmo e
euforia do povo pelas ruas.
Ao
anoitecer do dia 11 de outubro as Fortalezas fizeram salvas de canhões e ao
amanhecer repetiram as salvas. Às 09 horas da manhã o povo já se fazia presente
na Praça principal da Vila de Nossa Senhora do Desterro onde se alinhava toda a
Tropa. Na Casa da Câmara reuniam-se os membros do Governo, do Clero, os
oficiais das tropas, bem como os elementos abastados do povo. Na oportunidade
foi realizada a Aclamação pelo Juiz de
Fora Francisco José Nunes, repetida em ato solene na Praça por todo o povo
bem como pela tropa que ali se encontrava. Na Casa da Câmara lavrou-se a Ata
competente, assinada com entusiasmo por uma centena de pessoas, onde todos
juraram sobre os Santos Evangelhos, estendendo a mão direita. O juramento foi
deferido pelo Ouvidor da Comarca Manoel
José de Albuquerque e pelo Vigário
da Vara Joaquim de Sant’Ana Campos, o qual deferiu o juramento efetuado
pelo referido Ouvidor e ao Presidente da Câmara.
Após
a cerimônia todos foram convocados pelo Vigário Vigário da Vara Joaquim de Sant’Ana Campos para assistirem a Missa
com cerimônia, enchendo a Igreja de fiéis que prestigiaram ao Te Deum, tendo
como orador o Padre D. Caetano de Araújo
Figueiredo de Mendonça Furtado.
Neste
dia na Vila de Nossa Senhora da Graças do Rio de são Francisco e na Vila de
Santo Antônio dos Anjos da Laguna foram realizadas cerimônias semelhantes bem como lavadas
Atas idênticas. Em Lages além da cerimônia e Ata, houve cavalhada,
contradanças, as luminárias foram deitadas por 03 noites, e uma pequena tropa
tocou a alvorada com descargas como costumeiro.
Na
Vila de Nossa Senhora do Desterro no dia 20 de outubro ainda foi realizada
Missa Solene em ação de graças seguida de procissão em volta da Praça. Sendo
que desta forma em Santa Catarina estava reconhecida a Independência do Brasil
bem como a Aclamação do Imperador D.
Pedro I.
Em
Lisboa continuava o nosso Deputado às Cortes de Lisboa o Padre Lourenço Rodrigues de Andrade presente às sessões da
Assembleia, o qual talvez não havia tomado conhecimento dos atos realizados em
Santa Catarina, mas lá ele permanecia com seus colegas deputados do Pará,
Maranhão, Piauí, Bahia, Espírito Santo e Goiás.
O
Padre Lourenço Rodrigues de Andrade
somente regressou ao Brasil em junho do ano de 1823, quando a Constituinte já
havia escolhido outro Deputado, Diego Duarte Silva, escolhido por sorteio em
novembro do ano de 1822, por que a metade dos eleitores haviam votado nele,
embora a outra metade tenha elegido o Padre
Lourenço Rodrigues de Andrade.
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