quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

091 – SANTA CATARINA APÓS A INDEPENDÊNCIA – DUPERREY VISITA A ILHA


091 – SANTA CATARINA APÓS A INDEPENDÊNCIA – DUPERREY VISITA A ILHA



No dia 16 de outubro do ano de 1822 a corveta francesa La Coquile fundeou no Porto da Vila de Nossa Senhora do Desterro. Seu comandante era Louis Isidore Duperrey o qual trazia a bordo Jules Sébastien César Dumont D’Urville, ambos não esconderam em suas narrativas o encanto que lhes causou a vista da Ilha de Santa Catarina, suas matas, e em especial a Vila de Nossa Senhora do Desterro, e seu continente coberto pela densa floresta.

Alguns incidentes pitorescos ocorreram durante o percurso até a Fortaleza de Anhatomirim. O que ocorreu foi que os comandos não içaram o Pavilhão Lusitano, o que era de praxe, também não içou outro pavilhão qualquer. O navegante descreveu em seus relatos que o povo da Província de santa Catarina acolheu o Imperador D. Pedro I com elevação e orgulho, que o Novo Governo havia sido estabelecido sem a menor resistência.

Uma Comissão Especial, e entre seus membros estava  Jules Sébastien César Dumont D’Urville dirigiram-se para o Porto da Capital, foram de canoa, o objetivo da referida comissão era avistar o Governador. Ao retornarem à Vila de Nossa Senhora do Desterro tomaram ciência dos pormenores da Independência Brasileira.

Louis Isidore Duperrey e  Jules Sébastien César Dumont D’Urville foram bem recebidos pelos membros da Junta Provisória a qual lhes forneceu todas as facilidades para reparos, dados para suas observações e pesquisas as quais registravam de modo constante em seus diários.

Os franceses permaneceram em Santa Catarina até o dia 30 de outubro, embora tivessem eles algumas dificuldades devido a Independência, conseguiram todos os gêneros alimentícios que desejavam para seguirem viagem.

Deixaram registros de que os catarinenses eram cheios de confiança, que no excesso de alegria cobriam as ruas da Vila de Nossa Senhora do Desterro de luminárias. Que nas ruas da Vila de Nossa Senhora da Graças do Rio de são Francisco e da Vila de Santo Antônio dos Anjos da Laguna percorriam as ruas cantando em homenagem a D. Pedro I.

Na época havia sido publicado um Edito em que seria punido todo e qualquer português ou estrangeiro estabelecido na Província que em 30 dias a partir da data da Proclamação da Independência não tivesse feito declaração em favor da Independência, seria punido. E que todos deveriam levar no braço esquerdo uma fita verde e amarela, em sinal de adesão. Havia também uma braçadeira dourada escrita Independência ou Morte. Com esta frase cumprimentavam-se diariamente os Ajudantes das Fortalezas.

René-Primevère Lesson, um explorador e naturalista da expedição de  Louis Isidore Duperrey descreveu a Vila de São Miguel como tendo seus habitantes muito hospitaleiros, embora sendo muito humildes, possuíam o necessário para receberem bem. Os homens eram envergonhados e de pele morena, as mulheres limpas e faceiras. No interior da Ilha de Santa Catarina e em seu continente as mulheres sentavam-se na frente de suas casas para fazerem rendas. As casas da Ilha tinham suas divisões de madeira e suas janelas eram altas e grandes, sem o interior limpo, simples e sem o menor luxo. Poucas lojas nas ruas, mas as que haviam eram muito sortidas de secos e molhados, a moda portuguesa do peixe frito era acompanhada do pirão d’água. Os escravos andavam seminus, mas eram tratados com brandura. Haviam poucas escolas. Os homens das cidades vestiam-se à moda inglesa, as mulheres a moda francesa, e estas eram elegantes, atraentes e algumas eram muito bonitas.


Descreveram ainda a respeito das riquezas que haviam na Ilha de Santa Catarina, sobre as espécies animais e vegetais, ainda trataram de descrever a economia local e sua organização.

A impressão que deixaram nos habitantes da Ilha de Santa Catarina foi a melhor, mas também levaram as melhores de Santa Catarina pois seus registros provam com grande clareza.




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