104 – A REPÚBLICA DO PIRATINI - A VIDA CATARINENSE COM A GUERRA DOS FARRAPOS E A REPÚBLICA JULIANA
Após saber que
o Coronel Antônio de Sousa Neto havia
proclamado a República Riograndense, Bento
Gonçalves reuniu suas tropas dirigindo-se ao sul. Ao atravessar o rio
Jacuí, foi logo surpreendido pelas tropas de Bento Manoel Ribeiro auxiliado pela Esquadrilha Imperial a qual
estava chefiada por John Greenfeld. Levados
03 dias de combate, Bento Gonçalves
foi derrotado no Combate da Fanfa, sendo aprisiona com alguns de seus
companheiros, enviando-os para a Corte do Rio de Janeiro e depois para a Prisão
Militar na Bahia.
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Bento Gonçalves
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Com o desastre
da Fanfa o entusiasmo dos Farroupilhas foi, de certo modo contido, os exaltados
calaram-se, permanecendo latente, porém em certo anonimato.
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Bento Gonçalves |
A Vila de
Piratini havia sido escolhida para ser a Capital da República Riograndense por
estar em uma posição central bastante privilegiada por sua topografia era
importante para a manutenção da defesa, servida de elementos urbanos os quais
permitiam a instalação dos serviços públicos.
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Combate da Fanfa
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No dia 06 de novembro do ano de 1836, foi
constituído o governo revolucionário, sendo eleito o Presidente da República Riograndense o Coronel Bento Gonçalves, porém
este estava preso, impedido de assumi-lo. Assim o cargo foi assumido pelo Presidente da República Riograndense José Gomes de Vasconcelos Jardim, o qual
constituiu seu Ministério, organizou um Exército sob o comando do Major João Manoel de Lima e Silva,
promovido a General.
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Bento Gonçalves
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Nos anos de
1837 e 1838, ocorreram disputas entre os Republicanos e Imperialistas, os
republicanos estava começando a ganhar território. Podemos dizer
que a maior vitória foi o retorno de Bento
Manoel Ribeiro no ano de 1837, porém havia ocorrido um desentendimento com
o Presidente da Província, o Brigadeiro
José Ferreira de Brito, ao qual acabou prendendo. No dia 10 de
setembro de 1837, Bento Gonçalves conseguiu
fugir do Forte do Mar na Bahia, de onde viajou para a Província de Santa
Catarina, e por terra a Viamão para encontrar-se com seus companheiros
Farroupilhas. A fuga de Gonçalves
do Forte do Mar na Bahia foi o estopim para a renúncia do Regente Padre Diego Feijó, o qual foi
substituído de imediato pelo Pedro de
Araújo Lima.
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Regente Padre Diego Feijó
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No mês de
março de 1838, ocorreu uma pequena incursão dos revolucionários no território
da Província de Santa Catarina, a mando do Ministro
da Guerra da República, Coronel José Mariano de Matos, entraram e ocuparam
Lages, onde aboliram o Regime Imperialista e declararam o território integrado
na República Riograndense. De imediato o
Governo da Província de Santa Catarina votou pela Assembleia Legislativa a Lei sancionada aos 04 dias do mês de abril
do ano de 1838. Esta proibia a exportação de todos os artigos de comércio de
qualquer ponto da Província de Santa Catarina para o Município de Lages pelo
prazo de 01 ano, se dele não partissem os invasores republicanos.
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John Greenfeld
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No dia 29 de agosto de 1838, Bento Gonçalves lançou um Manifesto, no
qual explicava as razões porque o Rio Grande do Sul havia se separado do
Império e adotado a República. No ano de 1839
o Rio Grande do sul foi o mais movimentado e o mais importante para os
interesses econômicos da Província de Santa Catarina. O Governo da
Regência de Pedro de Araújo Lima ao
mesmo tempo em que acumulava tropas no Rio Grande do Sul, ocupando a maior
parte, iniciara um bloqueio marítimo com o intuito de sufocar a Revolução, a
qual se encontrava em ponto de por de lado suas armas.
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Pedro de Araújo Lima
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O bloqueio
marítimo havia dominado a Lagoa dos Patos, bem como sua saída, determinando o
engarrafamento da esquadrilha farroupilha, fazendo por terra o cerco das forças
republicanas, ainda que não desviasse do choque do combate, buscava sucesso
cortando as fontes de abastecimento. O objetivo dos revolucionários era o de levar
a outras Províncias os ideais republicano num impulso solidariedade,
principalmente a Província de Santa Catarina. Isto porque nem mesmo o
território da Província do Rio Grande do Sul estava no poder dos
revolucionários republicanos. Assim atenderiam uma série de reivindicações
locais, alterando uma parte dos planos dos republicanos.
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Coronel José Mariano de Matos
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A conquista de
um porto livre que dava para o Oceano Atlântico Sul tornou-se objetivo basilar
para desativar o cerco efetuado por ordens da Regência. Sendo que havia apenas
uma alternativa, o porto da Vila de Santo Antônio dos Anjos da Laguna, onde de
certeza a simpatia dos lagunenses com o movimento republicano seria um empreendimento
de êxito.
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