quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

104 – A REPÚBLICA DO PIRATINI - A VIDA CATARINENSE COM A GUERRA DOS FARRAPOS E A REPÚBLICA JULIANA


104 – A REPÚBLICA DO PIRATINI - A VIDA CATARINENSE COM A GUERRA DOS FARRAPOS E A REPÚBLICA JULIANA



Após saber que o Coronel Antônio de Sousa Neto havia proclamado a República Riograndense, Bento Gonçalves reuniu suas tropas dirigindo-se ao sul. Ao atravessar o rio Jacuí, foi logo surpreendido pelas tropas de Bento Manoel Ribeiro auxiliado pela Esquadrilha Imperial a qual estava chefiada por John Greenfeld. Levados 03 dias de combate, Bento Gonçalves foi derrotado no Combate da Fanfa, sendo aprisiona com alguns de seus companheiros, enviando-os para a Corte do Rio de Janeiro e depois para a Prisão Militar na Bahia.

Bento Gonçalves
Com o desastre da Fanfa o entusiasmo dos Farroupilhas foi, de certo modo contido, os exaltados calaram-se, permanecendo latente, porém em certo anonimato.

Bento Gonçalves

A Vila de Piratini havia sido escolhida para ser a Capital da República Riograndense por estar em uma posição central bastante privilegiada por sua topografia era importante para a manutenção da defesa, servida de elementos urbanos os quais permitiam a instalação dos serviços públicos.

Combate da Fanfa
 No dia 06 de novembro do ano de 1836, foi constituído o governo revolucionário, sendo eleito o Presidente da República Riograndense o Coronel Bento Gonçalves, porém este estava preso, impedido de assumi-lo. Assim o cargo foi assumido pelo Presidente da República Riograndense  José Gomes de Vasconcelos Jardim, o qual constituiu seu Ministério, organizou um Exército sob o comando do Major João Manoel de Lima e Silva, promovido a General.

Bento Gonçalves
Nos anos de 1837 e 1838, ocorreram disputas entre os Republicanos e Imperialistas, os republicanos estava começando a ganhar território. Podemos dizer que a maior vitória foi o retorno de Bento Manoel Ribeiro no ano de 1837, porém havia ocorrido um desentendimento com o Presidente da Província, o Brigadeiro José Ferreira de Brito, ao qual acabou prendendo. No dia 10 de setembro de 1837, Bento Gonçalves conseguiu fugir do Forte do Mar na Bahia, de onde viajou para a Província de Santa Catarina, e por terra a Viamão para encontrar-se com seus companheiros Farroupilhas. A fuga de Gonçalves do Forte do Mar na Bahia foi o estopim para a renúncia do Regente Padre Diego Feijó, o qual foi substituído de imediato pelo Pedro de Araújo Lima.

Regente Padre Diego Feijó
No mês de março de 1838, ocorreu uma pequena incursão dos revolucionários no território da Província de Santa Catarina, a mando do Ministro da Guerra da República, Coronel José Mariano de Matos, entraram e ocuparam Lages, onde aboliram o Regime Imperialista e declararam o território integrado na República Riograndense. De imediato o Governo da Província de Santa Catarina votou pela Assembleia Legislativa  a Lei sancionada aos 04 dias do mês de abril do ano de 1838. Esta proibia a exportação de todos os artigos de comércio de qualquer ponto da Província de Santa Catarina para o Município de Lages pelo prazo de 01 ano, se dele não partissem os invasores republicanos.

John Greenfeld
 No dia 29 de agosto de 1838, Bento Gonçalves lançou um Manifesto, no qual explicava as razões porque o Rio Grande do Sul havia se separado do Império e adotado a República. No ano de 1839 o Rio Grande do sul foi o mais movimentado e o mais importante para os interesses econômicos da Província de Santa CatarinaO Governo da Regência de Pedro de Araújo Lima ao mesmo tempo em que acumulava tropas no Rio Grande do Sul, ocupando a maior parte, iniciara um bloqueio marítimo com o intuito de sufocar a Revolução, a qual se encontrava em ponto de por de lado suas armas.

Pedro de Araújo Lima
O bloqueio marítimo havia dominado a Lagoa dos Patos, bem como sua saída, determinando o engarrafamento da esquadrilha farroupilha, fazendo por terra o cerco das forças republicanas, ainda que não desviasse do choque do combate, buscava sucesso cortando as fontes de abastecimento. O objetivo dos revolucionários era o de levar a outras Províncias os ideais republicano num impulso solidariedade, principalmente a Província de Santa Catarina. Isto porque nem mesmo o território da Província do Rio Grande do Sul estava no poder dos revolucionários republicanos. Assim atenderiam uma série de reivindicações locais, alterando uma parte dos planos dos republicanos.

Coronel José Mariano de Matos
A conquista de um porto livre que dava para o Oceano Atlântico Sul tornou-se objetivo basilar para desativar o cerco efetuado por ordens da Regência. Sendo que havia apenas uma alternativa, o porto da Vila de Santo Antônio dos Anjos da Laguna, onde de certeza a simpatia dos lagunenses com o movimento republicano seria um empreendimento de êxito.


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