quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

109 – A REPÚBLICA JULIANA E A REAÇÃO LEGALISTA - A VIDA CATARINENSE COM A GUERRA DOS FARRAPOS



109 – A REPÚBLICA JULIANA E A REAÇÃO LEGALISTA - A VIDA CATARINENSE COM A GUERRA DOS FARRAPOS




              Em virtude das ações dos Revolucionários farroupilhas com a República Juliana, o Governo Imperial organiza a reação, sua 1ª medida foi a troca do Presidente da Província de Santa Cataria. O Presidente Brigadeiro José Carlos Pardal, o qual devido seu gênio era impopular na Capital,  sendo substituído pelo Presidente General Francisco José de Sousa Soares de Andréa. O qual mais tarde seria o famoso Barão de Caçapava, um homem de brio, ríspido, enérgico, despótico e bastante violento, fama que havia adquirido em missões que o levaram ao comando do Governo catarinense devido à necessidade da devida ocasião.

Presidente Brigadeiro José Carlos Pardal

                Ao chegar à Cidade de Nossa Senhora do Desterro, sede Capital da Província, no dia 15 de agosto fez visitas às Fortificações  da Ilha, no dia seguinte tomou conta da Presidência, fez desembarcar 400 homens da tropa que trouxera juntamente com 20 navios, e 3000 homens. O Presidente dava início ao trabalho de  inutilizar a influência dos Republicanos Farroupilhas que havia na Capital da Província de Santa Catarina.

Presidente General Francisco José de Sousa Soares de Andréa

                  O Presidente General Francisco José de Sousa Soares de Andréa ofereceu a alternativa ao Juiz de Paz Antônio Rodrigues Pereira: “-Ou um par de machos a bordo, ou a conclusão da comédia”. Francisco Duarte Silva e João José da Costa seguiram para o Morro dos Cavalos, um pouco além da Enseada de Brito, onde o Coronel Vilas Boas havia se instalado com suas tropas. Lá estavam a espera das vanguardas republicanas, preferindo a permanência no posto avançado, mesmo tendo muitos riscos, a estar no porão de um navio de guerra.

Colônia de São Pedro de Alcântara

                O Presidente General Francisco José de Sousa Soares de Andréa ordenou que chamassem ao Palácio do Governador, Xavier Neves, o qual transmitiu um abraço do Regente em nome se Sua Majestade D. Pedro II. Disse-lhe que a cabeça dele estava em risco se a Ilha de Santa Catarina fosse invadida  ou ocorresse a menor tentativa de subversão por parte de quem fosse.

Sua Majestade D. Pedro II

                 Desta forma o Presidente General Francisco José de Sousa Soares de Andréa passou a minar a ação dos revolucionários, limitando-a pouco a pouco, enquanto se fazia respeitado pela população, e pala nobreza da Ilha, a qual conhecia e muito bem sua fama.

Sua Majestade D. Pedro II

                A fama do Presidente era tal que todos a temiam, não tardaria para repelir da Província de Santa Catarina os Republicanos Farroupilhas. Xavier Neves não poderia ter recebido a notícia de sua eleição para Presidente da Província da República Juliana de Laguna com agrado e tranquilidade. Era algo muito comprometedor para ele, era até mais comprometedor do que os boatos das bandeiras em seu poder.  Ficou contrariado e temeroso com a notícia em hora tão difícil, que chegou até pensar em mudar-se para Paranaguá.

Cavalaria Republicana

                O Presidente General Francisco José de Sousa Soares de Andréa além de enérgico e hábil, percebeu que o Presidente eleito para a República Juliana não poderia recusar, iniciou uma campanha para desprestigiar Xavier Neves atraindo-o para a causa Imperial. Chegando ao ponto de passar o Governo no ano de 1840, informando a seu sucessor de que o político josefense havia prestado bons serviços a sua administração e ser uma pessoa de sua inteira confiança, por tudo que havia feito o comandante da sua terra natal.

Comandante Chefe Frederico Mariath

                A ação do Presidente General Francisco José de Sousa Soares de Andréa não ficou apenas nas ações diplomáticas, o sul da Província de Santa Catarina estava em mãos de rebeldes revolucionários farroupilhas, era necessário expulsá-los. O Presidente decidiu dispor as tropas para a fase decisiva da luta, organizou novos contingentes conforme percebeu ser necessário. Reuniu na Cidade de Nossa Senhora do Desterro, sede Capital da Província um batalhão de 500 homens, outro foi reunido na Serra, sendo que muitos homens foram recrutados na Colônia de São Pedro de Alcântara. 2º pequenos navios foram devidamente preparados e dados ao Comandante Chefe Frederico Mariath.

Comandante Chefe Frederico Mariath

                A operação foi iniciada no dia 27 de setembro, neste dia os rebeldes foram expulsos de Massiambú, sendo a ação efetivada por terra e por mar. As tropas comandadas pelo Coronel José Fernandes dos Santos Pereira estavam divididas entre os Navios da Esquadra, o Cometa, o Camarão, o 1º de Abril, o navio Dois Irmãos, e alguns Lanchões.

Presidente Brigadeiro José Carlos Pardal


                A Cavalaria Republicana atacou com 02 Esquadrões na Ponta da Pinheira as forças que haviam desembarcado dos Lanchões, enquanto o Coronel José Fernandes dos Santos Pereira marchava por terra sem ser atacado. No dia 17 de outubro os homens do Coronel José Fernandes se encontram com os rebeldes que são batidos e perseguidos até a Garopaba. Deste ponto restava o retrocesso para a Cidade Juliana de Laguna, onde ocorreria o combate decisivo.


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