sábado, 5 de outubro de 2013

151 - A MEDICINA NO SÉCULO XIX EM SANTA CATARINA


151 -  A MEDICINA NO SÉCULO XIX EM SANTA CATARINA  




              Com a modernidade trazida pelo século XIX ocorreu um surto no aumento populacional da Província de Santa Catarina, a intensificação dos meios de comunicação bem como o fluxo de transportes, sejam eles por terra ou por mar trouxeram para a Província inúmeros problemas sanitários. Podemos caracterizá-lo por Século das Epidemias, da Varíola, a qual aparecia quase todos os anos, como se fosse algo normal, do surto de cólera, o qual causou no País no ano de 1855 aproximadamente 200.000 vítimas, e na Província alguns milhares. São Francisco do Sul, Desterro, Santo Antônio da Laguna, Freguesia do Imaruí e Freguesias vizinhas centenas de vítimas. As Câmaras procuravam publicar editais com normas de higiene como medida preventiva. As cidades passaram a ser divididas por zonas, o que vinha facilitar o atendimento pois haviam poucos médicos. A população ficava alarmada, acabando em fuga dos grandes centros urbanos, quando dispunham de recursos financeiros as pessoas infectadas acabavam buscando tratamento em lazaretos, no entanto a epidemia foi desaparecendo aos poucos, a vida retorna, era a vez da Febre Amarela.


Dr Cláudio Luiz da Costa


          A Febre Amarela alastrou-se pela Província de Santa Catarina com mais frequência, nos anos de 1852, 1853, 1857, 1876 e 1880 causou os maiores números de vítimas. Nesta epidemia a A Câmara, alertada pelos médicos sanitaristas da época também veio alertar a população da Província por meio de panfletos e editais nas portas das Igrejas. Em um destes surtos foi implacável matando muitas pessoas. Desta vez a população fugiu para o interior novamente, procuravam queimar barris de alcatrão pelas esquinas com o intuito de afugentarem os miasmas, na verdade a fumaça afugentava os mosquitos que transmitiam a epidemia.

Dr Cláudio Luiz da Costa

           Podemos dizer que houve momentos em que os médicos foram numerosos e capazes. Foi uma época em que a medicina apresentava certa evolução, já praticavam algumas cirurgias, embora com bastante limite. No entanto podemos afirmar que para aquela época já representava um avanço.

Dr Cláudio Luiz da Costa

           O Dr Cláudio Luiz da Costa nasceu na Vila de Desterro, filho do Senhor João Luís Inácio da Costa e de Dona Maria Joaquina, ambos descendentes de pais açorianos, diplomou-se na Escola Médico Cirúrgica no ano de 1817. Sua filha casou-se com o Poeta Gonçalves Dias. Clinicou na Província da Bahia, fez parte da Guerra da Independência como cirurgião, exerceu cínica na Corte do Rio de Janeiro. No ano de 1831 fixou-se em Santos, local onde já havia fixado residência anteriormente, onde fixou residência e passou a clinicar e foi Provedor da Santa Casa de Misericórdia, a qual reformou e deu-lhe vida nova, tornando-se seu benemérito bem como Cidadão Benemérito de Santos.  O Dr Cláudio Luiz da Costa foi Honrado pelo Imperador, agraciado várias vezes, Membro de seu Conselho de Estado, veio a falecer no ano de 1879 com a idade de 71 anos na Corte do Rio de Janeiro após haver defendido tese de Doutorado em Medicina.

Dr Cláudio Luiz da Costa

           Também naturais da Província de Santa Catarina, o Dr Duarte Paranhos Shutel e o Dr Luiz Delfino dos Santos, este, primeiro filho do Dr Henrique Shutel e o segundo, poeta celebrado nos anais literários do Brasil, destacando-se na literatura e medicina. Ambos tombém também galgaram a carreira política.

Dr Cláudio Luiz da Costa

          Em fins do século XIX destacou-se um jovem médico em Desterro, o Dr Frederico Rolla.   

  
Dr Henrique Shutel
          Santa Casa de Caridade dos Pobres foi o primeiro nome do Hospital de Caridade do Desterro, abrindo suas portas para os pobres no ano de 1789. A construção da casa que viria a ser o abrigo dos doentes sem recursos foi construída junto à Capela do Menino Deus, no terreno doado à Beata Joana de Gusmão pelo Senhor André Vieira da Rosa, com recursos obtidos pelo Irmão Joaquim ( o senhor Francisco Luiz do Livramento), o qual esmolou muito para consegui-lo.  No ano de 1792 a Rainha tomou sob sua proteção o Hospital de Caridade do Desterro, a pedido do Irmão Joaquim, concedendo-lhe uma pensão anual de 300.000 réis anuais.

Dr Henrique Shutel

           No ano de 1856 o Hospital de Caridade do Desterro recebia as primeiras Irmãs Lazaristas de Caridade para permanecerem por 08 anos.

Dr Henrique Shutel

          O Imperador visitou o Hospital de Caridade do Desterro no ano de 1845, doando-lhe importante soma em dinheiro, tomando-o sob sua proteção, recebendo o título de Hospital Imperial de Caridade do Desterro.

Dr Henrique Shutel

          O Hospital Militar é de organização anterior. Em 1753 havia apenas uma enfermaria, onde o Imperador havia autorizado que os açorianos enfermos fossem recolhidos, por não haver outro local na Ilha, o que já havia acontecido no ano de 1749. De 1769 até 1796 Paulo Lopes Falcão foi seu cirurgião.

Dr Henrique Shutel

          No ano de 1777 os espanhóis, quando tomaram a Ilha de Santa Catarina, arrasaram o Hospital Militar, sendo transferido para a Casa dos Jesuítas. E em 1802 foi reinstalado recebendo 100 camas. No ano de 1841 foi instalado no Forte de Santa Bárbara ( Capitania dos Portos). No ano de 1855 estava funcionando anexo ao Quartel e deste removido no ano de 1862. No ano de 1869 foi extinta a Enfermaria Militar; sendo criado o Hospital Militar, o qual foi instalado a bordo do Navio Anicota. No ano de 1872 foi construído o prédio onde ainda hoje se encontra.


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