terça-feira, 18 de dezembro de 2012

040 - O OUVIDOR PARDINHO EM VISITA AO LITORAL CATARINENSE



040 - O OUVIDOR PARDINHO 
EM VISITA 
AO LITORAL CATARINENSE



           O Ouvidor Geral e Corregedor Rafael Pires Pardinho da Capitania de São Paulo no prazo de 14 meses visitou o Litoral Catarinense.


Ouvidor Geral e Corregedor Rafael Pires Pardinho
         
           O Ouvidor Geral foi o responsável pelas funções exercidas por paulistas e vicentistas estabelecidos em Santa Catarina.


Vila de Santo Antônio da Laguna
         
           O Ouvidor Geral e Corregedor Rafael Pires Pardinho era Desembargador da Relação do Porto, quando foi nomeado no ano de 1717,  teve início no sul a mais importante Vila, Santo Antônio dos Anjos da Laguna.


Vila de Santo Antônio da Laguna
       
           Sendo dos escritos do Ouvidor Pardinho, a Vila de Santo Antônio da Laguna possuía 42 ranchos de ripa e palha, também conhecido por pau a pique, cobertos de palha, 300 cristãos, quase todos analfabetos, todos trajavam-se pobremente, usavam capotes e tamancos. Viviam os moradores do comércio da farinha, do peixe de sol e da carne seca salgada, bem como de cestaria e corda de cipó imbé.


Ouvidor Geral e Corregedor Rafael Pires Pardinho
        
         O Ouvidor Geral e Corregedor Rafael Pires Pardinho fazendo a correição, deu provimentos a respeito da forma de construir casas, também como arrumá-las; demarcou o rocio da Vila, isto é, seu perímetro urbano; regularizou a eleição dos Juízes Ordinários, criou os livros necessários e proibiu o cativeiro e escravidão de indígenas carijós, do mesmo modo proibiu os maus tratos aos indígenas trazidos do Rio Grande.Aos  moradores concedeu permissão para irem ao continente vizinho, desde que obtivessem a licença do Capitão Mor da Vila, o qual deveria fazer o rol das suas armas, para que não as vendessem aos indígenas.


Dias Velho

          Depois de haver baixado nada menos de 93 provimentos, os quais foram devidamente registrados, partiu o Ouvidor Geral e Corregedor Rafael Pires Pardinho para a Póvoa de Nossa Senhora do Desterro, acompanhado de Brito Peixoto, o qual possuía sobre a Póvoa jurisdição, por pertencer ao Termo da Vila.


Dias Velho

          Em Desterro deu provimento para que os moradores da Ilha pudessem ir pescar na Vila sulina, recomendando à Câmara o tamanho das malhas das redes; também que fossem eleitos 01 Capitão de Ordenanças, 01 Alferes, e 02 Sargentos; que se levantasse um tronco e se fizessem os grilhões para prender os criminosos, enviando-os posteriormente para a Vila de santo antônio da Laguna ou para Santos; e ainda nomeou 01 Juiz Ordinário, 01 Tabelião e 01 Escrivão de Órfãos.


Dias Velho

          A Póvoa Nossa Senhora do Desterro de Dias Velho possuía apenas 27 casas, com apenas 123 habitantes. De Desterro o Ouvidor Geral e Corregedor Rafael Pires Pardinho partiu para São Francisco, cuja a vida ainda se achava conturbada devido as maldades efetuadas pelo seu Ex-Capitão Mor, contra o qual abriu devassa, ouviu testemunhas, sendo que algumas até defenderam o Ex-Capitão por temor, lhes sendo favorável, o Ouvidor Pardinho processou-o e condenou-o, bem como seus comparsas.
D. Luiz José Thomaz de Castro Noronha Marquês de Cascaes

            Por todas as Vila, principalmente na Vila de São Francisco e Paranaguá, Pardinho fez questão de elucidar que a Capitania não era mais propriedade do D. Luiz José Thomaz de Castro Noronha Marquês de Cascaes, mas do Rei, para que não dessem ouvidos a quem se apresentasse com poderes do Ex-Donatário. Em São Paulo o Ouvidor Geral e Corregedor Rafael Pires Pardinho determinou a primeira divisão administrativa de santa Catarina, quando decidiu dividir pela Enseada de Garoupas os Termos de 02 Vilas, São Francisco, que limitava com a de Paranaguá pela baia de Guaratuba; e Santo Antônio dos anjos da Laguna, nela incluía a Ilha de santa Catarina, cujos confins atingiam o pampa sulino.


Ouvidor Geral e Corregedor Rafael Pires Pardinho

          Pardinho regressou a Portugal no ano de 1734, como Desembargador da Casa de suplicação de Lisboa. Foi aqui acusado pelo seu sucessor Godinho Manso de demorar demasiado nas viagens que fazia e de elevar-lhes o custo. Mas o conhecimento que levou das coisas do Brasil lhe valeram o reconhecimento real e voltou como primeiro Intendente dos Diamantes do Tijuco, em Minas Gerais, tendo terminado seus dias como Ministro do Conselho Ultramarino, quando já contava com mais de 90 anos de idade.




         
          

domingo, 16 de dezembro de 2012

039 - FREZIER VISITA A ILHA DE SANTA CATARINA

039 - FREZIER VISITA A ILHA 

DE SANTA CATARINA



          Em fins do mês de Março de 1712 a Ilha de Santa Catarina foi visitada pelo navegador e explorador, militar e engenheiro FREZIER , que havia partido da França no ano de 1711 com seus navios São José e Maria, em viagem de exploração, fundeado em Canasvieiras, refrescou-se no Sambaqui, enviando Expedição com 02 escalares para reconhecimento da baia do sul, verificando se nesta havia ou não fundeada embarcação inglesa suspeita fazendo pirataria na região. 


Renê Dourgay-Touin

          Os moradores entraram em pânico com a chegada do navio de  FREZIER, o motivo de tal pânico foi o da notícia de que o São Sebastião do Rio de Janeiro havia sido tomado pelos franceses da esquadra de RENË DOUGAY_TROUIN. Emissários do Sargento Mor da Ilha de Santa Catarina foram a bordo do São José, pediram que não fosse feito nenhum desembarque, prometeram em troca fornecer víveres, água e outras provisões necessárias para que seguissem viagem. Com o intuito de tranquilizar a população, o comandante da população ordenou arvorar a bandeira inglesa e as negociações amistosas se realizaram. O Sargento Mor MANOEL MANSO DE AVELAR foi recebido a bordo, permanecendo o navio na Póvoa de Nossa Senhora do Desterro no período de 10 dias, ancorado em uma de suas baias, recebeu galinhas, frutas nativas, fumo e barris de água fresca. Na ocasião o casco do navio foi examinado e seu casco aparelhado, pois em breve iria enfrentar os mares do Sul.


Renê Dourgay-Touin
 
          FREZIER levantou com precisão o mapa da Ilha de Santa Catarina, sendo feita uma descrição, de que havia na região densa e exuberante floresta, de que a Póvoa de Nossa Senhora do Desterro contava com 147 habitantes brancos, alguns indígenas e escravos africanos. A maioria dos brancos eram portugueses, alguns eram muito pobres, não tendo a menor intenção de terem dinheiro, qie o papel moeda e a moeda não possuíam nenhuma função na Ilha, o escambo era a única forma de comércio, isso se dava pela grande chegada de navios, sendo realizadas trocas com grande frequência. Viviam pobremente vestidos, camisas e ceroulas como indumentária mais comum, havia um ou outro que possuía chapéu, paletó.Meias e sapatos eram peças raras para a proteção dos pés, ao entrar nas matas os habitantes de Desterro enrolavam nos pés o couro de um animal que haviam caçado para este fim. Percebeu que ainda faltavam-lhes armas e pólvora para a proteção. 


Renê Dourgay-Touin
         
           Alimentavam-se basicamente de peixe, caça,  carne de macaco bugio era muito comum, pois esse animal habitava toda a ilha em abundância, milho, batata e frutas nativas. Os moradores não contavam com qualquer conforto, restrito apenas apenas aos dias santos. Frei FRANCISCO DA EVANGELIZAÇÃO acudia Santo Antônio dos Anjos da Laguna, rezando missas, batizados e casamentos.  FREZIER adorou o clima da Ilha de Santa Catarina, registrou que poucas doenças atacavam os moradores. Enumerou a flora nativa de Santa Catarina em espécies aromáticas e medicinais, não esquecendo de referir-se aos frutos nativos como laranjas, limões, bananas, goiabas, dentre outros. Após a viagem de GONÇALVES DE AGUIAR realizada no ano de 1714, a Ilha de santa Catarina foi visitada por um inglês, o Navio Speedwell, com 24 canhões e 100 homens, comandado por GEORGE SHELVOCKE.


Renê Dourgay-Touin
 
          O escambo tornou-se costumeiro, principalmente entre os corsários e o pessoal de MANOEL MANSO, os ilhéus forneciam, peixe seco, carne de sol, água, frutas nativas, banha, farinha de mandioca, favos e fumo, lenha, tudo em grande quantidade. Os homens do Speedwell excederam, cometeram pilhagens entre outras brutalidades.Nesta época os moradores já se encontravam revoltados, demonstravam forte desejo de reagirem, sendo que agrediram os marujos, aos quais o próprio comandante não poderia reagir.

Renê Dourgay-Touin
 
          O imediato do Speedwell, um grande patife, chegou a defender o velho Manoel Manso de Avelar, o qual reclamou de uma injuriosa expressão por ele utilizada, o que levou os moradores se amotinarem, pretendendo executarem todos os ingleses, sendo que com a chegada de um navio português, o São Francisco Xavier, a probabilidade de serem bem sucedidos se tornou real. Nesta ocasião o imediato do Speedwell recebeu, juntamente com alguns marujos, severo corretivo dos habitantes da Póvoa de Nossa Senhora do Desterro e dos marinheiros lusos recém chegados.  


Renê Dourgay-Touin
 

           SHELVOKE não fez dos catarinenses boas referências, tachou-os de bandidos, porém relatou o capitão FREZIER, relativo a salubridade da Ilha de Santa Catarina, que nela havia de tudo, exceto pano. Referente as armas, acreditou que possuíam muitas, porém eram necessárias pois haviam muitos tigres ferozes na Ilha e região. Partiu no ano de 1719, após conturbar a Ilha por longos 20 dias.
       
       
         

domingo, 9 de dezembro de 2012

038 - SÉCULO XVIII - MANOEL MANSO DE AVILAR E BRITO PEIXOTO: LUTAS E COMPETIÇÕES



038 - SÉCULO XVIII 
- MANOEL MANSO DE AVILAR E BRITO PEIXOTO: LUTAS E COMPETIÇÕES



          Não demorou muito tempo, Manoel Manso de Avelar travou luta contra o Capitão Mor de Santo Antônio dos Anjos da Laguna Brito Peixoto.


Capitão Mor de Santo Antônio dos Anjos da Laguna Brito Peixoto

          Homem de princípios rígidos, obediente à lei, Rumavam para Santo Antônio dos anjos da Laguna aqueles que não gostavam do processo de dirigir Desterro efetivado por Manoel Manso, escapavam de seus mandos e dos desmandos de sua família, aos quais Manso privilegiava, chegando até a empregar meios violentos, mesmo que se necessário para impor a obediência aos seus familiares. A notícia do comércio ilícito ao qual se dedicava Manoel Manso com um corsário francês conhecido por Pedro Jordão também chegara à Laguna.


Capitão Mor de Santo Antônio dos Anjos da Laguna Brito Peixoto
          
          No ano de 1720 Brito Peixoto foi preso à ordem de D. Aires de Saldanha Governador de São Paulo em sua Póvoa, Santo Antônio dos Anjos da Laguna  por suspeitas e intriga efetuada por Manoel Manso.


Capitão Mor de Santo Antônio dos Anjos da Laguna Brito Peixoto

           Uma séria devassa feita em Desterro e em Laguna, acusou Manoel Manso não somente de contrabando, porém outros crimes como assassinato, porém fugiu, no entanto acabou sendo encontrado e preso, sendo enviado à Santos onde foi recolhido à ferros em uma fortaleza. Manoel Manso ficou detido por 03 meses na prisão, seus bens foram sequestrados pelo governo, utilizou do poder e prestígio de sua família para livrar-se da prisão. Manoel Gonçalves de Aguiar e Sebastião Rodrigues de Bragança intercederam em seu favor, no ano de 1721 o Capitão Mor de Desterro foi libertado por uma justificação junto ao Juizado de Fora de Santos, onde negou todas as acusações, explicando os fatos a seu modo. Retornou à Desterro onde seguiu sua vida, sendo respeitado por uns e temido por muitos.


Capitão Mor de Santo Antônio dos Anjos da Laguna Brito Peixoto
           
         Muitas vezes navegadores baixavam ancora na Ilha com o intuito de reabastecer, pouco antes da viagem de Aguiar Desterro foi visitada por um destes navegantes, o qual não  trabalhava de modo ilícito, era muito honesto e cuidadoso.

Capitão Mor de Santo Antônio dos Anjos da Laguna Brito Peixoto e seu filho





037 - SÉCULO XVIII - MANOEL MANSO DE AVELAR



037 - SÉCULO XVIII 
MANOEL MANSO DE AVELAR



          Manoel Manso de Avelar e sua família foram os componentes da segunda leva de povoadores da Ilha de Santa Catarina, embora em 11 de janeiro do ano de 1698 o Cabecinha, Domingos Francisco Francisques, enquanto procurador do Marquês de Cascaes, concedeu Sesmarias a outros povoadores. Com efeito, ao Capitão Antônio Bicudo Camacho bem como a 20 casais o Procurador concedeu terras ao sul de Massiambu, incluindo os campos de Araçatuba e, na Ilha de Santa Catarina, ao Capitão e a seu sobrinho, o Padre Mateus de Leão, como também a outros companheiros, Sesmarias de 02 léguas de terras, confrontando com as terras de Francisco Dias Velho, desde a Lagoa do Rio Ratones.

Francisco Dias Velho


         
         Após a trágica morte de Dias Velho, parte de sua família recolheu-se em São Vicente, apenas um de seus filhos permaneceu em terras catarinenses, abrigando-se à sombra do fundador de Santo Antônio dos Anjos da Laguna. Todo  domínio que pretendeu levantar na Ilha de Santa Catarina desmoronou-se ficando a Ilha no mais profundo abandono.



Domingos Francisco Francisques; o Cabecinha

          Foi no ano de 1700 que surgiu, Manoel de Manso Avelar, um Lisboeta, casado na Póvoa de São Francisco com Urbana Rodrigues Velha, possivelmente da mesma família de Isabel Rodrigues Velha, esposa de um dos primeiros fundadores de São Francisco, Luiz Rodrigues Carvalho.

Manoel de Manso Avelar
          Manoel Manso de Avelar, principal morador da Ilha, veio em companhia de Salvador de Souza Brito, seu concunhado, natural da Ilha Grande, casado com a Senhora Teodósia Rodrigues Velha, irmã de Urbana, a qual teria vindo para a Ilha com seu Sargento Mor Governador.
Manoel de Manso Avelar

        
            Manoel Manso de Avelar, tornou-se tornou-se chefe de numeroso clã, um verdadeiro ditador de grande poder, incontestável, a quem todos temiam, brancos livres, escravos e até autoridades eclesiásticas, sendo sua vontade a única lei.  Em documento datado de 1722, descreve Desterro e Laguna como simples locais de pescaria, duas povoações insignificantes e bastante pobres, morada de pescadores e nada mais.

Manoel de Manso Avelar
       Com certeza Manoel Manso de Avelar era conhecedor do fim trágico de seu primeiro povoador, percebeu que havia muito pouco a esperar da proteção da Coroa, pois estas terras eram abandonadas, quase que desconhecidas do resto do mundo, não queria em hipótese alguma fadar-se ao mesmo erro que levou ao fim de Dias Velho. Passou ele com o tempo ser bom aos habitantes, deixando de ser hostil e ditador, até mesmo aos navegadores e piratas que por aqui aportavam, principalmente franceses que ali aportavam para arrumarem provisões e seguirem em viagem, mesmo sabendo-se que Portugal e França encontravam-se em guerra. 
Manoel de Manso Avelar
         
          Manoel Manso de Avelar, dedicou-se ao contrabando, sendo denunciado seriamente, pois cedia os produtos da terra aos navegantes inimigos de Portugal, gêneros alimentícios, água, madeira, frutos, peles, et cetera, recebendo em troca pólvora, armas, roupas, instrumentos que necessitavam mais do que dinheiro, que na Ilha não tinha validade alguma devido a importância maior do escambo.

Manoel de Manso Avelar


036 - FUNDAÇÕES LITORÂNEAS: JOÃO DE MAGALHÃES



036 - FUNDAÇÕES LITORÂNEAS: JOÃO DE MAGALHÃES



           João de Magalhães, recebeu a missão de explorar as terras do sul, atingindo a Colônia de Sacramento, Maldonado e Montevidéu.

Francisco de Brito Peixoto

        
           No ano de 1716, nova expedição foi empreendida, desta vez com 40 homens brancos, 25 escravos, atravessando a campanha, arrebanhando gado, aprisionando indígenas os quais pertenciam às Missões Jesuíticas, os quais foram conduzidos à Santo Antônio da laguna. Francisco de Brito Peixoto despediu-se dos padres Missionários Espanhóis, advertiu-os de que não deveriam fundar Missões no Rio Grande do Sul, pois estas terras pertenciam à Coroa Portuguesa.






Francisco de Brito Peixoto
          Francisco de Brito Peixoto deu nova vida à fundação de seu pai, os moradores eram visitados pelo Frei Francisco da Encarnação, pelos Jesuítas de Paranaguá e assistidos ainda pelo Frade carmelita Agostinho da Trindade, o qual ainda atendia a Ila e a Missionava, vez ou outra, o gentio minuano, no Sul.
Rafael Pires Pardinho


          Em princípios do ano de 1720, a Vila recebeu a ilustre visita do Ouvidor Geral de São Paulo, Rafael Pires Pardinho, em correição às Vilas do Sul.

Manoel Manso de Avelar

         
           Ocorreu ainda em 1720, lutas entre Bandeirantes Vicentistas e um morador de Nossa Senhora do Desterro, Manoel Manso de Avelar, tendo este conseguido após intrigas, que Francisco de Brito Peixoto fosse preso e enviado à São Sebastião do rio de Janeiro, de onde após ser julgado, retornou com uma ordem de prisão contra seu opositor e comparsas, acusando-os de contrabandistas.

Manoel Manso de Avelar

         
           Em 1721, El Rey fez concessões à Francisco de Brito Peixoto por 13 anos, com todos os privilégios legais, liberdades, isenções, franquias, porém sem qualquer soldo ou remuneração, da Patente de Capitão Mor das terras de Santo Antônio da Laguna e seu distrito, o qual abrangia a Ilha de Santa Catarina, o Continente do Rio Grande, atendendo aos seus serviços no descobrimento de novas terras, de facilitar os caminhos, de impedir o contrabando e de fundar Laguna, tudo feito à sua própria custa, sem aceitar da Fazenda Real custa alguma.


Francisco de Brito Peixoto
Brito Peixoto buscou estabelecer boas relações com o indígena minuano e dirigir sua Vila com honestidade e retidão. Homem de rígidos princípios morais, conquistou no posto alguns inimigos que desgostaram em vários momentos, chegou a pedir que lhe dessem um substituto, o que lhe foi negado.


Francisco de Brito Peixoto
          Em 1725, Francisco de Brito Peixoto fez novos empreendimentos no Sul, apesar da idade e cansaço, colocou-se a frente destes, esperava alcançar com seus feitos o Hábito de Cristo, a única ambição de sua vida. Oriundo de seu sítio, chegou no dia da Festa de Nossa Senhor do Rosário, coincidindo com a eleição da Câmara. Haviam muitas pessoas devido a eleição e a Festa religiosa. Ao fazer seu comunicado, despediu-se dos moradores, mas o povo o impediram de partir, alegavam que seu chefe, Capitão Mor e Co-fundador era muito importante para a ordem e desenvolvimento da região.


Francisco de Brito Peixoto

          Brito Peixoto dirigiu-lhes a palavra e argumentou que não poderia deixar de obedecer as ordens reais, o qual reclamava a sua cooperação, sendo que os moradores lhes disseram que governá-las também era ordem de El Rey. Francisco de Brito Peixoto foi ameaçado pelos oradores de prendê-lo a ferros, se este tentasse seguir. Com lágrimas nos olhos Brito Peixoto disse-lhes que ficaria com eles, sendo que a expedição seguiu com 31 homens, mais alguns escravos, sob o comando de João de Magalhães, seu genro, o qual fundou uma Póvoa nas alturas de São José do Norte.



Francisco de Brito Peixoto